Autoridades iraquianas encontraram 27 corpos dentro de uma câmara de tortura em uma mesquita de Bagdá, nesta terça-feira, informou a rede de TV americana CNN.

“Há marcas de sangue nas paredes, é isto que eles usavam para enforcar”, disse Muhanad, líder de um grupo armado apoiado pelo Exército dos EUA, que agora controla a mesquita. Ele tinha acabado de entrar na câmara de tortura e apontava uma corda, pendurada no teto.

A sala de tortura dentro mesquita, localizada no sul de Bagdá, era usada pela milícia xiita do Exército Mehdi, comandada pelo clérigo radical anti-EUA Muqtada al Sadr, segundo autoridades do governo iraquiano. Moradores que viviam perto da mesquita disseram à CNN que podiam ouvir os gritos das vítimas.

A milícia controlou a mesquita de Adib al Jumaili, de janeiro de 2007 até maio deste ano, que ficava fora da área de vigilância das forças da coalizão (tropas americanas e iraquianas), no período.

Algumas das vítimas foram presas pelas milícias sob a acusação de serem espiões dos americanos no Iraque.

Há três meses o Exército Mehdi abandonou a mesquita, depois de assinar um cessar-fogo com as forças da coalizão. Nas semanas anteriores ao acordo, ao menos 1.000 pessoas foram mortas no bairro de Cidade Sadr, um dos mais pobres e populosos de Bagdá.

Agora, a mesquita está em poder dos “Filhos do Iraque”, um grupo local armado que é financiado pelos EUA e trabalha junto com a guarda iraquiana, policiando a vizinhança.

“Nós encontramos estas correntes no corpo de um velho que estava enterrado dentro da câmara”, afirmou Muhanad, indicando uma algema ensanguentada jogada no chão. “Recuperamos cerca de 22 corpos e, mais tarde, encontramos mais cinco”.

Fonte: Folha Online

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