Reverenda Maria Simeone, da Igreja Metodista Central de Montevidéu, afirma que mulheres ainda sofrem discriminação, mesmo no metodismo.
Mesmo no metodismo, uma das primeiras famílias cristãs a ordenar mulheres ao sacerdócio na América Latina, mulheres ainda sofrem discriminação, apontou a reverenda Maria Inés Simeone, da Igreja Metodista Central de Montevidéu, na 61ª Semana Wesleyana de 2012, organizada pela Faculdade de Teologia (FaTeo) metodista. O evento comemorou o marco dos 40 anos de ministério feminino na Igreja Metodista do Brasil.
Convidada para o encontro, a bispa Joaquina Nhanala, de Moçambique, constatou que tanto no Brasil, como em seu país, apesar da expressiva maioria da membresia feminina, apenas uma mulher ocupa funções episcopais nas igrejas metodistas dos dois países. O caminho para a igualdade passa pela organização das mulheres, declarou.
“A libertação da mulher é condição sine qua non para a libertação do homem, assim como a libertação do homem é condição sine qua non para a libertação da mulher”, assinalou Nhanala. A bispa brasileira Marisa de Freitas Ferreira concordou com a colega moçambicana. O governo da igreja só será bom ser for exercido conjuntamente por homens e mulheres para a glória do Reino de Deus, afirmou.
Simeone destacou que as mulheres nunca estiveram caladas nesses anos todos de história da Igreja. Elas não foram escutadas. “Falamos, resistimos e sofremos as consequências”, frisou, lembrando as mulheres que foram queimadas como bruxas por ousarem pensar de forma autônoma.
Em Moçambique, as mulheres são responsáveis pela maior parte dos recursos pessoais e materiais que sustentam a igreja e ainda assim são excluídas de funções tidas como “masculinas”. “Poucas mulheres têm nível de doutorado. Até mesmo a autoridade da bispa é questionada, às vezes pelas próprias mulheres”, lamentou Nhanala.
Bem diferente é a situação da reverenda Maria Inés Simeone, presidente da Igreja Metodista do Uruguai, a quarta mulher a ocupar esse cargo. “O Uruguai teve a primeira mulher leiga eleita presidente da Igreja no mundo, em 1979”, relatou. Hoje, a maior instância decisória da Igreja Metodista do Uruguai é integrada por seis mulheres e três homens.
A primeira presbítera ordenada na Igreja Metodista brasileira, reverenda Eunice Roberto de Araújo Oliveira, participou da 61ª Semana Wesleyana, realizado de 21 a 25 de maio, em Rudge Ramos, São Paulo. Ela foi a pregadora do culto de abertura da Semana. Eunice Roberto mencionou que Deus não faz distinção de sexo na divulgação da Palavra, tanto que elas foram as primeiras testemunhas oculares da ressurreição de Jesus.
[b]Fonte: ALC[/b]