Com o apoio da Igreja nacional, a congregação metodista de Muriaé, Minas Gerais, iniciou campanha de solidariedade em favor dos 10 mil desabrigados na região.

Na madrugada de quarta-feira, 10, a barragem da Mineração Rio Pomba Cataguases, localizada na cabeceira do Rio Fubá, em Mirai, rompeu-se, jogando dois milhões de metros cúbicos de lama e água no rio Muriaé, atingindo várias cidades da zona da mata de Minas e do norte do Rio de Janeiro.

“Estamos correndo contra o tempo”, disse uma das coordenadoras da campanha em Muriaé, Andréa Andrade Néri, ao comentar as chuvas do final de semana na região. “Tem famílias que perderam tudo”, relatou para a ALC.

Além de orações, a comunidade de Muriaé, de Mirai e outras cidades mineiras e fluminenses precisam de vacinas, remédios, colchões, roupa de cama, alimentos e água mineral. “A situação pede uma ação imediata”, reforçou Andrade Néri.

A onda de lama também atingiu as cidades de Laje de Muriaé, Italva e Cardoso Moreira, no norte do Estado do Rio. Pelo menos cinco municípios ficaram sem abastecimento de água. Em nota oficial, a empresa assegura que o material vazado não é tóxico, tratando-se apenas de água e argila.

Esse foi o segundo acidente provocado pela Rio Pomba Cataguases em dez meses. Em março de 2006, mistura de argila e água vazou de tubulação de concreto e invadiu o Rio Mirai, matando toneladas de peixes na bacia do Rio Paraíba do Sul.

A empresa alega que o rompimento da barragem deve-se “à elevada concentração de chuvas em curto espaço de tempo, na cabeceira do Rio Fubá”. Agora, a mineradora foi interditada e deve receber multa de 75 milhões de reais (cerca de 35 milhões de dólares) por ser reincidente. A Rio Pomba produzia sulfato de zinco, usado, curiosamente, para tratamento de água consumida por humanos.

A congregação metodista de Muriaé espera que outras igrejas também se engajem na solidariedade aos desabrigados da zona da mata mineira. “Esperamos que outras igrejas ajudem, pois não olhamos denominação para ajudar as pessoas, assim como o incidente não fez essa distinção”, argumentou Andréa Néri.

Muriaé fica a 80 Km de Mirai, onde ocorreu o rompimento da barragem, e a 385 Km ao sul de Belo Horizonte.

Fonte: ALC

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