Dezenas de milhares de judeus ultra-ortodoxos participaram de uma manifestação nas ruas de Jerusalém nesta quinta-feira em protesto contra uma decisão da Suprema Corte de forçar a integração de meninas de etnias diferentes na escola Beit Yaakov em Emanuel, na Cisjordânia.
Manifestantes lotaram ruas e praças da cidade, levando cartazes com críticas à decisão judicial e pedindo a supremacia da lei religiosa. Muitos usavam roupas pretas e barbas longas, em trajes típicos dos ultra-ortodoxos.
“A Suprema Corte é facista”, dizia um cartaz. Não houve relatos de violência.
Pais de meninas de origem ashkenazi –judeus do centro e leste da Europa– não querem que suas filhas estudem junto com garotas descendentes dos judeus procedentes do norte da África, conhecidos como sefarditas.
Os ashkenazi dizem não ser racistas, mas querem que as salas de aula continuem segregadas –como é feito há anos– argumentando que as sefarditas não são “religiosas o suficiente”.
A Suprema Corte de Israel rejeitou o argumento e disse aos pais que a escola deve ser integrada. A Justiça determinou que os 43 pais que desafiaram os esforços de integração ao manter as filhas em casa após a decisão serão presos hoje e ficarão duas semanas na cadeia.
Segundo a polícia, cerca de 50 mil pessoas participaram do protesto em Jerusalém. Outras 20 mil se juntaram às manifestações na cidade de Bnei Brak.
De acordo com o porta-voz policial Micky Rosenfeld, 10 mil policiais foram destacados para manter a ordem nas manifestações.
A minoria ultra-ortodoxa possui cerca de 650 mil judeus –apenas 10% da população de Israel.
Fonte: Folha Online