Com cartazes mostrando o presidente norte-americano, George W. Bush, como um vampiro sugando o sangue muçulmano, milhares de manifestantes do Hamas protestaram em Gaza na quarta-feira contra a visita dele a Israel e à Cisjordânia ocupada.
Cerca de 20 mil integrantes do grupo islâmico, que é considerado terrorista por muitos países do Ocidente por se recusar a renunciar a táticas violentas, incendiaram bandeiras dos EUA e de Israel. Segundo eles, Bush é um “carniceiro”, e sua primeira viagem à Terra Santa desde que se tornou presidente só tem a intenção de ajudar Israel.
“Em suas primeiras palavras Bush falou sobre Israel, sua segurança, sua democracia e o direito dos EUA e de Israel a se defender”, disse a repórteres Mahmoud al-Zahar, um dos líderes do Hamas, durante o ato. “Ele não falou dos assentamentos nem dos ataques contra nosso povo.”
Em Jerusalém, famílias judaicas deram as boas-vindas a Bush com bandeirinhas israelenses e norte-americanas. Bush quer que a visita colabore para seu esforço de fim de mandato para obter um acordo de paz entre Israel e os palestinos.
O Hamas, que domina Gaza desde que rompeu com a facção Fatah, do presidente palestino Mahmoud Abbas, prometeu combater o empenho para chegar a um acordo.
Há um mês e meio, Olmert e Abbas se comprometeram, em Annapolis, nos EUA, a reiniciar as negociações de paz, mas as conversas estão paralisadas por causa de uma disputa sobre os assentamentos judaicos.
Muitos palestinos estão totalmente pessimistas com as chances de paz. Bush não vai a Gaza.
Desde a conferência de Annapolis, forças israelenses reforçaram as operações em Gaza para conter o ataque com foguetes disparados por militantes em direção a seu território. Alguns integrantes do Hamas afirmam acreditar que Bush vai aprovar represálias mais duras.
Ainda na quarta-feira, homens que diziam pertencer a um grupo que antes era chamado “Exército da Nação” afirmaram em uma entrevista coletiva que iam tentar matar Bush durante a viagem. O grupo disse adotar uma ideologia ao estilo da Al Qaeda, mas afirmou não manter relações oficiais com a rede de Osama bin Laden.
Fonte: Reuters