O Ministério Público de São Paulo deve pedir novamente a prisão preventiva do casal Estevam Hernandes Filho e Sônia Haddad Moraes Hernandes, fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, detidos nesta terça-feira pelo FBI nos Estados Unidos.

O casal Hernandes foi detido nesta terça-feira pelo FBI (Federal Bureau of Investigation) –a polícia federal norte-americana– na imigração em Miami após entrar nos Estados Unidos com US$ 56 mil (em espécie), mas declarar à alfândega que não possuía mais do que US$ 10 mil.

No Brasil, Estevam e Sônia são acusados de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e estelionato.

Segundo o Ministério Público, o casal ficará duas semanas nos Estados Unidos, não necessariamente preso, mas terá que responder ao processo por declaração falsa de dinheiro. Enquanto isso, os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado) vão estudar medidas contra Estevam e Sônia no Brasil.

Para os promotores, a prisão deles nos Estados Unidos com dinheiro não-declarado confirma as práticas cometidas no Brasil. Eles disseram não poder dar mais informações sobre o caso, pois o processo tramita em segredo de Justiça.

O advogado do casal Hernandes, Luiz Flávio Borges D’Urso, confirmou no início da tarde de hoje que seus clientes foram detidos na imigração, mas descartou que Estevam e Sônia serão presos ao retornarem ao Brasil.

Acusações

No final de dezembro, o casal conseguiu uma liminar no STJ (Superior Tribunal de Justiça) revogando o pedido de prisão preventiva que havia contra eles no Brasil. Até então, eles eram considerados foragidos.

Reportagem publicada pela Folha de São Paulo no dia 25 de outubro informava que um ex-funcionário da Renascer, que se identificou como “J”, disse que o dinheiro arrecadado entre os fiéis era usado para pagar funcionários de empresas dos Hernandes. Assim, sobravam mais recursos para que as empresas do grupo comprassem bens.

Numa outra denúncia, o Ministério Público de São Paulo acusou os Hernandes e o bispo primaz Jorge Luiz Bruno de falsidade ideológica. Eles teriam montado uma igreja “laranja”, chamada Internacional Renovação Evangélica, para livrar a Renascer de processos.

Segundo a denúncia, a igreja Internacional Renovação Evangélica, criada em 2004 por Jorge Luiz Bruno, não existe fisicamente. No endereço indicado na ata de fundação –rua Maria Carlota, 879, na zona leste de São Paulo– funciona um templo da Renascer.

Fonte: Folha Online

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