A violência nos estádios brasileiros pode influenciar na organização da Copa do Mundo de 2014. Temendo possíveis problemas de segurança durante o evento, o Ministério Público de São Paulo promete lutar contra a venda de bebidas alcoólicas nas arenas que receberão a competição.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), através de um protocolo de intenções, proibiu a comercialização de bebidas alcoólicas em estádios brasileiros a partir de abril de 2008. A decisão, porém, corre o risco de ser revogada, pois contraria os interesses da Fifa. A entidade máxima do futebol tem uma grande cervejaria como uma das patrocinadoras da Copa do Mundo.
“Se assim entender a Justiça que deve ser liberado, nós vamos acatar. Mas o Ministério Público, em defesa da sociedade, vai brigar com todas as armas para que isso não seja permitido”, disse o promotor Paulo Castilho à Agência Brasil. “Não é porque vem aqui uma poderosa fabricante [de cerveja] que vai querer mandar no Brasil. Pode até conseguir isso, mas vai ter de conseguir isso por intermédio da lei ou por decisão do Poder Judiciário”.
Responsável pelo policiamento dos eventos esportivos da capital paulista, o tenente-coronel Almir Ribeiro teme que a liberação possa trazer problemas durante o Mundial. “Se a Fifa determinar isso [liberação], vamos ter que estudar e chegar a um termo de ajustamento. O ideal seria como está sendo praticado hoje no Brasil, proibindo (a venda). Temos tido bons resultados dessa maneira”, comentou Ribeiro.
Não existe uma lei que proíba a venda de bebidas alcoólicas nas arenas esportivas. Por causa disso, as autoridades apelam ao “bom senso” da CBF para que a decisão seja mantida. “A decisão de proibir bebidas alcoólicas nos estádios é da CBF. Mas esperamos que a CBF se mantenha coerente, porque teve um efeito bastante positivo dentro dos estádios”, disse o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay.
Fonte: UOL