Pastor Lucinho Barreto (Foto: Reprodução/YouTube prlucinho)
Pastor Lucinho Barreto (Foto: Reprodução/YouTube prlucinho)

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu a condenação do pastor Lúcio Barreto Júnior, conhecido como Lucinho, por incitação à violência de gênero. Ele é reverendo na Igreja Batista da Lagoinha e, durante uma conferência voltada para homens, em abril deste ano, afirmou ter beijado sua filha nos lábios. Se condenado, o MPMG pede também o pagamento de uma indenização por danos morais e uma retratação pública.

O vídeo do culto em que Lucinho fez a declaração foi publicado nas redes sociais no dia 15 de abril deste ano. Ele pregava, ao lado de seu filho, Davi Barreto, a passagem de Gênesis 22 e, em determinado momento, falou sobre a criação dos filhos. No trecho que foi divulgado no YouTube, o pastor declarou:

“Eu peguei minha filha um dia, dei beijo nela, falei que amava ela, ela passava e eu falava ‘nossa, que mulherão, ai se eu te pego!’ Aí ela falava assim, ‘credo, pai! Você já é da mamãe!’ Aí, dava beijo nela, um dia ela distraiu, eu dei um beijo na boca dela. Ela fez assim ‘que isso, pai!? E eu falei ‘quando eu encontrar seu namorado, eu vou falar assim: você é o segundo, eu já beijei’”.

Na época, essa fala viralizou nas redes sociais e recebeu muitas críticas. Pastor Lucinho publicou um vídeo em sua defesa no seu perfil no Instagram, no qual afirmou que a declaração dada na ocasião foi retirada de contexto e que o beijo dado na filha foi inocente, com a intenção de elevar a autoestima dela. “A única coisa que eu quis dizer é que nós, pais, temos que amar, que cuidar, e beijar e abraçar os nossos filhos e dizer o quanto eles são maravilhosos”, afirmou no vídeo, que teve quase 140 mil curtidas.

O vídeo recebeu muitos comentários, de críticas, mas também de apoio. Entre os apoiadores, estava o pastor Josué Gonçalves, que escreveu: “Você é um cristão de caráter íntegro. A sua vida fala mais alto do que a sua voz! Tamujunto irmão !”. O pastor André Valadão também comentou: “Deus te abençoe irmão. Tenha paz.” Ambos foram criticados por terem falado em defesa de Lucinho.

Família

A filha de Lucinho, Emily Barreto, também se manifestou em suas redes sociais. No Instagram, no dia 2 de maio, ela repetiu a fala do pai, de que o trecho da pregação foi retirado de contexto, e que ela nunca havia sido abusada por ele. “Ele sempre me ajudou, sempre me colocou lá em cima, falando que eu era linda, para eu não me importar com comentários negativos na escola. […] no máximo selinho de pai e mãe, ali, quando a gente é criança”, afirmou Emily Barreto.

Por sua vez, a esposa dele, Patrícia Barreto, publicou em sua rede social que ela e o marido já trabalham com jovens há 30 anos e sempre se posicionaram contra situações de abuso sexual. “Ele está sendo acusado de algo que sempre lutamos para combater. Por isso vim aqui em público falar o quanto meu marido é um homem íntegro, bom, de caráter e um pai maravilhoso para os meus filhos. Os frutos falam por si”, publicou a mulher de Lucinho.

Denúncia

Após a publicação do vídeo com o trecho da pregação, Sara Azevedo, que é candidata a vereadora pelo PSOL, em Belo Horizonte, registrou uma denúncia no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), no dia 3 de maio. Agora, o órgão pede a condenação do pastor Lucinho e da Igreja Batista da Lagoinha, sujeitando ambos ao pagamento de indenização no valor de R$ 300 mil, destinada a um fundo público em defesa da igualdade de gênero.

Na Ação, o MPMG também solicita uma retratação pública, que deverá ser realizada na mesma igreja onde ocorreu o fato, sendo que o tempo e o público deverão ser os mesmos do culto em que a declaração foi feita. O Ministério Público pede, ainda, que a igreja publique o vídeo da retratação, ficando disponível por, no mínimo, um ano.

Fonte: Comunhão

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