No Colégio Christus, de Fortaleza (CE), a moral cristã é uma disciplina obrigatória no currículo dos estudantes.
O estabelecimento está sendo acusado pelo MEC de ter antecipado 13 questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), em um procedimento exemplar de falta de moral e ética.
A Polícia Federal está investigando como o Christus obteve as questões. A direção do colégio informou que foi “coincidência”. Por decisão da Justiça, as questões que vazaram foram anuladas, prejudicando os estudantes que as responderam com bom índice de acerto.
O Christus não pertence a nenhuma ordem religiosa, mas é assumidamente católico. Em sua principal sede, tem uma capela e oferece formação para primeira comunhão e crisma.
No site da colégio, abaixo do logotipo, há uma citação bíblica: “Quem respeita o seu pai obterá o perdão de seus pecados e acumula um tesouro, aquela que honra a sua mãe”. (Eclo 3:3s).
Na página “Nosso Ideal”, informa que o objetivo do colégio é proporcionar aos alunos “uma formação baseada em ética, moral cristã e em uma pedagogia constantemente atualizada”.
O site diz ainda que o estabelecimento “acredita que a formação religiosa das crianças e dos jovens muito contribui para que eles se tornem cidadãos íntegros (…)”.
Outro trecho: “O Serviço de Educação Religiosa (SER) do Colégio Christus visa à formação cristã de alunos, pais e funcionários da escola. Nessa formação, os valores éticos e da cidadania são incentivados, buscando tornar os alunos comprometidos com a comunidade. (…) Além das atividades sociais, os jovens se reúnem para momentos de oração e estudo bíblico”.
Fundado em 1951 pelo professor Roberto de Carvalho Rocha, pai do atual diretor, o Christus cobra mensalidade de R$ 600, em média. Ele tem unidades em bairros de classe média.
Muitos pais mantêm seus filhos no Christus, “o colégio completo”, por causa inclusive de sua orientação religiosa, como no caso do oftalmologista José Edvaldo Freire, 47, que tem lá três filhas.
“É uma escola que oferece formação científica, moral e religiosa de alto nível, complementando o que é vivenciado na família”, disse Freire ao portal iG.
A filha mais velha dele está no 3º ano. Ela está entre os 639 alunos que souberam antes das 13 questões do Enem.
[b]Fonte: Paulopes[/b]