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O ator Morgan Freeman já interpretou Deus, no filme “Todo Poderoso”. Mas, dessa vez ele estrela uma série intitulada “A História de Deus”, que tem seis episódios e foi iniciada no último sábado (9) pela NatGeo. De acordo com a produtora Lori McCreary, “a jornada é a parte empolgante”, explicou em entrevista em Pasadena, na Califórnia.

“Nas grandes civilizações, em povos e religiões diversas, as questões fundamentais são as mesmas: De onde viemos? Para onde vamos? O que acontece quando morremos? É parte da condição humana. Sendo crentes ou não, perguntamos as mesmas coisas – e, às vezes, as respostas são parecidas”, ressaltou ela. Com esse ponto de partida, Freeman viajou a diversas partes do mundo tentando entender como grupos diferentes encaram essas perguntas essenciais.

“Acho que é o projeto mais ambicioso de que já participei”, disse o ator. Criado no Estado de Mississippi, ele participou de grupos de estudos da Bíblia quando era adolescente. “Minha busca por Deus foi muito rápida. Começou e terminou quando eu tinha uns 13 anos. Não é que encontrei Deus”, afirmou.

“Se pergunto: quem é Deus? Vou conseguir respostas como: Deus é um nobre. Não sei. Deus está em tudo. Deus está em mim. Deus é tudo. São todas respostas legítimas. Minha resposta é: Deus existe, por meio de toda forma de vida. Onde há vida há Deus”, concluiu. Apesar disso, Freeman não é religioso. “Quando era mais jovem, ia à igreja batista porque achava divertido. Tinha música, canto, gente pulando, desmaiando…”, lembrou.

[b]Abordagens[/b]

Como a morte é vista entre os mexicanos? Este é o assunto abordado logo no primeiro episódio da produção. Eles celebram o Dia de Finados de maneira festiva, e os hinduístas, que acreditam em reencarnação. Ao longo da série, observou uma menina da tribo navajo fazer um ritual de quatro dias para marcar sua transformação em mulher, e participou de uma experiência num laboratório, enquanto meditava.

Outro ponto interessante foi o fato do ator ter conversado com o chefe da Pontifícia Academia das Ciências, Marcelo Sánchez Sorondo, no Vaticano. “Fiquei muito surpreso com a existência da Academia, cujo membro fundador foi Galileu Galilei”, explicou. Sorondo negou toda a oposição entre a Criação e as teorias científicas como o big-bang. “Para ele, o big-bang não nega a Criação. Nem a evolução das espécies, que está incluída no conceito da Criação. A religião muda com o tempo porque a busca do homem por conhecimento obriga a adaptar às descobertas”.

A produtora reforça a ideia de que a série presente abrir as mentes, numa época em que a religião é usada para promover guerras. “A História de Deus quer abrir as cabeças. Há muita ignorância em relação aos outros”, disse. “Temos estereótipos na nossa cabeça, mas não sabemos realmente. O que despertou a ideia da série foi uma visita à Haghia Sofia, em Istambul, que foi uma igreja e depois virou uma mesquita. Havia mosaicos contando a vida de Jesus. Perguntei ao nosso guia se eles tinham sido cobertos depois do domínio otomano. E ele disse que não, porque a vida de Jesus também fazia parte da sua tradição. Eu me senti muito ignorante. Nosso objetivo é mostrar o que temos em comum, em vez de apontar o que é diferente”, comentou.

[b]Fonte: Guia-me[/b]

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