O primeiro bispo da história nomeado pelo Governo comunista chinês e não reconhecido pelo Vaticano de forma legítima, Dong Guangqing, morreu neste sábado aos 90 anos, informou hoje a imprensa chinesa.

Segundo a agência oficial “Xinhua”, Dong morreu ontem à noite em Wuhan (província central de Hubei) devido a uma doença não especificada.

Dong nasceu em Xiaogan (Hubei) e foi ordenado bispo da diocese de Hankou em 1958 pela Igreja Patriótica Católica da China, dependente do Partido Comunista da China (PCCh) e cujos bispos não são reconhecidos pela Santa Sé.

Ele era também presidente da Associação Patriótica Católica de Wuhan, vice-presidente desta associação em nível nacional, vice-presidente da Comissão Nacional Administrativa da Igreja Católica da China e membro destacado da Universidade Chinesa de Bispos Católicos.

Sua morte acontece um mês depois do falecimento do bispo de Pequim, Fu Tieshan, também nomeado em 1979 sem a aprovação papal e figura máxima do catolicismo oficial na China.

A nomeação de bispos por Pequim criou fortes tensões com o Vaticano em um momento no qual ambos os estados tentam recuperar suas relações diplomáticas meio século após o rompimento, em 1951.

A morte destes dois bispos deixa aberta a porta para um possível gesto de aproximação entre Pequim e a Santa Sé, caso aconteçam consultas entre os dois lados para nomear seus sucessores.

Pequim exige como condição para retomar laços diplomáticos com o Vaticano que este rompa seus vínculos com Taiwan (considerada pela China como parte de seu território) e que não interfira na nomeação de bispos no país oriental.

O Papa Bento XVI expressou que um dos principais objetivos de seu Pontificado é recuperar os mais de 12 milhões de fiéis chineses, divididos entre a igreja oficial e a clandestina, esta perseguida pelo poder comunista.

Fonte: EFE

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