Cláudio Rodrigues, 40, pastor evangélico, foi um dos moradores levados com vida para o hospital, após o desabamento de dois prédios do condomínio Figueiras do Itanhangá, em Muzema, uma região na zona oeste do Rio, na sexta (12). Cláudio acabou não resistindo e morreu.
Cláudio sofreu quatro paradas cardíacas e traumatismo craniano, segundo familiares.
Sobrinho de Cláudio, Bruno Rodrigues, 29, conta à Folha de S. Paulo que eles se mudaram para o Figueiras na semana anterior ao desabamento. O pastor havia dado o carro como entrada e planejava pagar parcelas de R$ 3.000 para quitar o apartamento, diz o sobrinho.
Todos dormiam quando a estrutura do edifício emitiu fortes estalos. Em instantes, tudo foi abaixo. “Ele caiu abraçando a filha, para protegê-la com seu corpo”, diz Bruno.
Cláudio presidia a Assembleia de Deus de Missões em Muzema. Outro papel de liderança: vice-presidente da associação de moradores da comunidade.
Após o temporal que dias antes deixou dez mortos no Rio, o líder evangélico passou madrugadas limpando ruas e ajeitando sua igreja —que sofreu perda quase total, segundo seu sobrinho. Com as chuvas, a água na região subiu até a cintura em alguns pontos.
Cláudio chegou em casa às 3h30 de sexta. Pretendia voltar para a igreja pela manhã para continuar o trabalho. Não deu. Ex-jogador de futebol com carreira na Europa, ele largou tudo quando sua filha Clara nasceu. Achava que sua missão na vida era ser pastor, conta Bruno.
O funeral do pastor Cláudio deve ser neste domingo, principalmente porque a família aguarda chegada de parentes que vivem em São Paulo.
Adilma Rodrigues, 35,mulher de Cláudio, passou por cirurgia e está no CTI em estado grave.
Clara Rodrigues, 10, filha de Adilma e Cláudio, já recebeu alta.
Fonte: Folha de S. Paulo