O pastor Marcos Pereira está preso desde 8 de maio, acusado de estupro e coação. Deputados da Comissão de Direitos Humanos acompanham o caso no Rio.

A Promotoria de Investigação Penal do Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou o traficante Marcos dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, e o pastor Marcos Pereira, da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, por associação ao tráfico. O promotor Alexandre Murilo Graça pediu a prisão dos acusados. As informações são do Bom Dia Rio.

O pastor Marcos Pereira está preso desde o dia 8 de maio, acusado de estupro e coação.

Segundo a denúncia, Marcinho VP e o pastor Marcos se associaram para a prática do tráfico e arquitetaram um plano criminoso no qual ambos se utilizariam da estrutura da igreja fundada pelo pastor. O texto diz ainda que em um primeiro momento o pastor Marcos agia como um simples “pombo-correio”, levando ordens dos chefes do tráfico que estavam presos para as comunidades onde estes atuavam.

Um outro trecho do documento revela que os bandidos, em troca, ajudaram o pastor a ganhar fama e passaram a promover filmagens de supostas “ações de resgate”. Nessas ações, traficantes pegavam pessoas da comunidade, as julgavam e as condenavam a morte, sendo que o segundo denunciado chegava nesses locais e convencia os traficantes a não matar as vítimas.

O texto também lembra que em razão das denúncias feitas por José Júnior, coordenador do Afroreggae, sobre a relação entre o pastor Marcos e Marcinho VP em favor da organização criminosa, foi determinado pelo traficante a realização dos ataques às instalações do Afroreggae.

Por fim, o documento destaca que os denunciados montaram uma grande estrutura utilizando-se de bens e da fé das pessoas para a atividade criminosa.

[b]Deputados acompanham o caso
[/b]
Detalhes obscuros da investigação do caso do pastor Marcos Pereira e uma evidente disputa de poder entre o líder da AfroReggae, José Júnior e o religioso, levaram quinze parlamentares a decidirem se reunir hoje com o secretário de Segurança, José mariano Beltrame, para discutir a investigação. Segundo informações do jornal O Dia, à frente do bloco está o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o também pastor Marco Feliciano (PSC-SP).

O pastor Marcos Pereira está preso no presídio Bangu 9 por supostos crimes de estupro e coação de testemunhas. As denúncias dos crimes tem como origem a inimizade entre o pastor e José Júnior.

Foi processo de investigação das denúncias do líder da AfroReggae que levou à prisão do pastor. José Júnior é visto como tendo articulado com a polícia um inquérito ‘caça às bruxas’ contra o líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD).

A rapidez entre a troca de comando na Delegacia de Combate às Drogas bem como a conclusão do inquério – em apenas dois meses – levantaram dúvidas dos deputados quanto à apuração do caso.

Os parlamentares também questionam a existência de manipulação das testemunhas e o uso de provas ilícitas. Uma gravação publicada na internet em maio, mostra integrantes da AfroReggae oferecendo casa e trabalho para um membro da ADUD depor contra o pastor.

Outras supostas vítimas do caso também postaram vídeos na internet, afirmando terem sido coagidas por integrantes da ONG, em especial o pastor e ex-aliado de Marcos Pereira, Rogério Menezes.

Quando questionado sobre a oferta de emprego e casa feita às testemunhas do processo contra o religioso, José Júnior não responde e prefere insistir que o pastor é perigoso.

“Ele é o responsável por várias coisas erradas. É um cara muito perigoso, que mistura religião com o tráfico. Ele deixa o bandido duro, enquanto fica com o dinheiro”, diz ele, segundo o jornal O Dia.

De acordo com José Júnior, Marcos Pereira é o responsável por colocá-lo na lista da morte dos líderes do Comando Vermelho. Ele alega que por razões de segurança, teve que alterar completamente sua rotina.

José Júnior também nega ter articulado com a polícia um inquérito ‘caça às bruxas’, para tirar o religioso do caminho e ser o único a mediar conflito com traficantes no Rio.

[b]Fonte: G1 e The Christian Post[/b]

Comentários