Mulheres aprendem a ler e a escrever em Bangladesh, apesar da oposição dos líderes locais (foto: Portas Abertas)
Mulheres aprendem a ler e a escrever em Bangladesh, apesar da oposição dos líderes locais (foto: Portas Abertas)

O dia 23 de abril foi o Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor, mas há milhões de pessoas no mundo que ainda não sabem ler. Por isso, a Portas Abertas atua também na alfabetização de adultos. Em Bangladesh, o projeto que capacita homens e mulheres a ler e a escrever teve um impacto significativo na vida dos alunos.

Em uma das classes, 15 pessoas se reúnem durante a noite para aprender o bengali. Apesar de cansados do dia de trabalho, os alunos demonstram prazer e entusiasmo durante as aulas. Mas em março de 2022, um grupo chefiado por líderes islâmicos decidiram impedir os vizinhos de frequentar o curso.

Todos os dias, os alunos são abordados pelos vizinhos, o que afetou a frequência nas aulas e tirou a paz de todos. Os aldeões visitaram a casa de cinco alunos e os ameaçaram para não comparecer mais à classe de alfabetização, pois aprender a ler e a escrever não seria bom para eles e poderia levá-los para o “caminho errado”.

Um dos alunos testemunhou a ameaça que recebeu: “Se você não nos ouvir e ainda for à aula, ficará isolado da sociedade. Você deverá deixar esta aldeia. Ninguém vai falar com você, e os aldeões não vão compartilhar nada com você”.

Até agora, cinco alunos pararam de frequentar as aulas e têm a vida monitorada pelos vizinhos. Um professor visitou alguns estudantes e soube que os líderes religiosos os pressionaram para não falar mais com a equipe de alfabetização.

De acordo com o professor, as ameaças afetam diretamente os alunos: “É muito difícil ignorar o comando das autoridades, pois os alunos são muito pobres e não podem lutar contra eles. O grupo pode fazer mal aos alunos se não seguirem suas ordens”.

A única saída para os alunos e parceiros da Portas Abertas é a intercessão. “Agora precisamos de oração para que Deus amoleça os corações dos aldeões e abra seus olhos para perceberem o valor e a importância da educação dessas pessoas desprivilegiadas”, pede o professor.

Fonte: Portas Abertas

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