Mariam, uma cristã egípcia, se casou quando tinha 17 anos e teve quatro filhas: Sylvia, Lydia, Judy e Jane*. Quando a equipe da Portas Abertas a conheceu, ela estava quebrada e sem esperança. Por muitos anos, a vida dela foi feliz. O marido trabalhava como empreiteiro e a situação financeira da família era estável. “Meu marido era muito prestativo e amável. Ele amava a Deus e costumava servi-lo. Vivia como sal e luz para a comunidade”, disse.
O marido de Mariam trabalhava em lugares diferentes da cidade onde a família vivia, no Egito. “Ele era muito conhecido em seus locais de trabalho e na área ao redor porque ajudava pessoas necessitadas. Uma das áreas onde trabalhava era conhecida pela perseguição intensa. Ali, cristãos sofrem muito por causa de sua fé e são discriminados diariamente. Entretanto, meu marido nunca sentiu medo e costumava ajudar os cristãos, fazendo doação para doentes e necessitados”, explica Mariam.
Por conta disso, muçulmanos radicais queriam se livrar dele e o ameaçavam muito, pois não queriam que ele ajudasse os cristãos necessitados na área. “Meu marido era um homem corajoso e nunca os ouviu, continuando a ajudar os outros”, conta. Porém, os alertas dos extremistas não eram meras palavras. “O desastre aconteceu em 2017, quando muçulmanos radicais emboscaram meu marido e o mataram de maneira violenta em seu local de trabalho. Eles o mataram! Mataram meu parceiro de vida. Ele deixou quatro filhas que precisavam do amor e do cuidado do pai”, disse Mariam.
Naturalmente, a família ficou devastada. “Meu coração ficou completamente destruído. Eu lembro do dia que recebi a notícia da morte dele como se fosse ontem. Tudo virou de ponta cabeça. Nada voltou a ser como antes”, compartilha.
Deus é o culpado
Mariam culpou Deus pela perda do marido e por todas as suas circunstâncias difíceis. O coração dela ficou cheio de ressentimento e amargura com relação a Deus. Ela ficou com medo e se sentia insegura – não tinha mais esperança. Também ficou irada e agressiva.
As filhas ficaram traumatizadas e com medo, se sentindo inseguras e perdendo a autoconfiança. Mariam não foi capaz de lidar com a situação sozinha. Ela percebeu que a perda do marido foi mais do que emocional. O novo ano escolar tinha começado e Mariam não foi capaz de comprar material escolar para as filhas. “Eu tentei muito fazer com que minhas filhas não se sentissem menos do que seus colegas na escola, mas falhei. Esses anos foram horríveis para mim e minhas filhas. Meu marido não era apenas um marido. Era um amigo, um pai e um parceiro. Ele era tudo para mim”, conta.
Quando a equipe local da Portas Aberas conheceu Mariam, começou uma jornada de apoio a ela e suas filhas. Primeiro, ela recebeu ajuda para estabelecer um pequeno negócio de criação de aves como forma de geração de renda para prover para suas filhas. Também oferecemos um programa de cuidados pós-trauma para ela e as filhas, além de visitas pastorais regulares. O objetivo era mostrar o amor de Deus de maneira prática, de forma que vissem que a igreja global se importa com elas.
*Nomes alterados por segurança.
Fonte: Portas Abertas