Três mulheres, envolvidas na operação Praça Limpa que levou a prisão ontem cerca de 200 pessoas envolvidas com a Camorra, a máfia napolitana, escondiam drogas em uma igreja no centro histórico de Nápoles, cidade no sul da Itália.
A revelação foi feita durante um interrogatório à Promotoria por um ex-chefe mafioso da região, Luigi Giuliano, há muitos anos colaborador da justiça italiana. As três mulheres teriam entre elas uma “forte ligação sentimental”, segundo o ex-criminoso.
“Foi eu que chamei a atenção delas por terem escondido a droga em uma igreja na Via Tribunali”, disse Giuliano, em referência a uma das principais avenidas da cidade de Nápoles. “O sacerdote responsável se deu conta que a Igreja era utilizada para este fim e ficou irado, lamentando-se com seus fiéis, mas sem saber quem havia escondido a droga”, explicou o ex-mafioso, que era líder de um clã mafioso do bairro de Forcella, também no centro histórico da cidade.
Giuliani afirma que quando descobriu que eram elas que estavam utilizando a Igreja para esconder a droga, chamou sua atenção e ao final os fatos não se repetiram. Mas, mesmo assim, teve que ouvir as lamentações de muitos fiéis da Igreja, principalmente senhoras, pedindo que intervisse no caso.
A operação Praça Limpa envolveu milhares de policiais e militares da Itália e levou a prisão hoje em Nápoles 199 pessoas de um total de 202 investigados.
A principal acusação contra os envolvidos é o tráfico de drogas e um dos dados que mais chamou a atenção dos investigadores foi o alto número de mulheres. Mais precisamente, 31 mulheres foram presas, e segundo a polícia, elas possuem papéis de liderança nos clãs mafiosos.
Uma das principais chefes mafiosas presas é Marianna Giuliano, filha do colaborador da justiça e chefe do clã do bairro de Forcella, Luigi Giuliano. Ela é esposa de um renomado mafioso local, e seu casamento, celebrado há alguns anos, selou um pacto de cooperação entre os dois grupos criminosos, ativos no centro da capital.
Fonte: ANSA