Enfatizando que a vida é dom de Deus, o colégio de bispos da Igreja Metodista declarou, em documento, que a legalização do aborto é uma aberração, uma espécie de infanticídio, e que usar células para reproduzir vida para salvar outra, o que a clonagem possibilita, “é algo que se assemelha a brincar de ser Deus”.
O Colégio Episcopal posicionou-se contra a pesquisa com células-troncos embrionárias, aprovada no final de maio pelo Supremo Tribunal Federal, por “desconfiar que a ambição humana não tem fim e pode usar tal pesquisa para fins escusos”. Já que a lei está aprovada, os bispos conclamam o governo para que zele pela bioética e seus princípios de autonomia, beneficência e justiça.
O documento ressalta que se trata da reflexão dos bispos a respeito dos aspectos profundos da vida e dignidade humana, sobre os quais eles procuraram contribuir para que a sociedade tenha discernimento e clareza diante dos desafios que a ciência impõe.
Os bispos entendem que descriminalizar – não considerar crime – o aborto não ataca a origem de muitas situações que a mulher se vê impelida a praticá-lo. “O aborto não pode ser resolução para a mulher que não se vê em condições de ter uma criança e criá-la. Esta atitude favorece o status quo de sistemas injustos, que não priorizam vida digna às pessoas”, apontam.
Em caso de estupro, contudo, o aborto pode ser considerado se a gestante manifestar esse desejo, e em caso de anencefalia os bispos não consideram que se trate, então, de um aborto, “mas muito mais uma antecipação terapêutica do parto”.
A Igreja Metodista entende que os organismos geneticamente modificados, ou transgênicos, trazem benefícios à humanidade, contudo os riscos são maiores. Se os transgênicos beneficiam a agricultura também trarão, a médio e curto prazo, malefícios, como o fim das sementes convencionais, uso cada vez mais agressivo de agrotóxicos, com riscos de contaminação de solo e águas.
Fonte: ALC