Neste dia 1º de outubro, a Nigéria completa 61 anos desde a independência do país, em 1960. Mesmo após tantos anos, a nação continua a enfrentar crise econômica, além de tensões étnicas, políticas e sociais. Em meio a tantos conflitos, os seguidores de Jesus lidam com ataques, agressões, raptos e mortes como resultado da perseguição.

No país, os cristãos são assassinados por causa da fé mais do que em qualquer outra nação. Ataques violentos de grupos extremistas como Boko Haram, pastores de cabra fulanis, Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP, da sigla em inglês, grupo afiliado ao Estado Islâmico) e outros extremistas islâmicos são os maiores agentes de perseguição aos cristãos.

Nesses ataques, os cristãos são assassinados ou têm as propriedades e meios de subsistência destruídos. Homens e meninos têm mais probabilidade de serem mortos. As mulheres e crianças lidam com a dupla vulnerabilidade e podem ser agredidas, enfrentarem violência sexual e serem vítimas de casamento forçado. Os extremistas dificilmente são levados à justiça.

Cristãos ex-muçulmanos também enfrentam rejeição e pressão da família para abandonarem o evangelho. Muitos cristãos que são expulsos das aldeias e têm as fontes de sustento negadas são forçados a se tornarem deslocados internos, geralmente vivendo em acampamentos informais. Dada a ocupação contínua das aldeias por pastores de cabra fulanis, a falta de apoio do governo, de educação adequada para os filhos e a alta vulnerabilidade dos deslocados, os cristãos continuam enfrentando perseguição mesmo após a brutalidade dos ataques iniciais.

Histórico de perseguição

Entre janeiro e setembro deste ano, quase 600 pessoas foram mortas apenas na cidade de Kaduna, na Nigéria, de acordo com dados do Nigeria Security Tracker. Apenas as regiões de Zamfara e Borno registraram mais mortes no mesmo período por violência. Além disso, os cristãos do país são as principais vítimas de desaparecimentos forçados. A Portas Abertas acompanha as histórias de Leah Sharibu e das meninas do vilarejo de Chibok, que foram sequestradas por jihadistas em 2018 e 2014, respectivamente.

Na semana passada, um pastor e membros de uma igreja foram mortos no país. No dia 11 de setembro, o pastor foi encontrado morto depois de não retornar de uma visita a Kafanchan. Ele foi atacado e morto com um facão. Depois disso, um grupo de extremistas atacou uma vila na mesma área, matando pelo menos 11 moradores.

Mais de 3 mil cristãos mortos em 2021

De acordo com com Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety, na sigla em inglês), uma ONG sediada na Nigéria, em apenas 200 dias, cerca de 3.462 cristãos já foram mortos por militantes Fulani e pelo grupo terrorista Boko Haram, no primeiro semestre de 2021.

Além disso, 3 mil cristãos foram sequestrados por grupos islâmicos. Já o número de igrejas ameaçadas, fechadas, destruídas ou queimadas é estimado em cerca de 300, desde janeiro deste ano. Pelo menos dez líderes religiosos (pastores e padres) foram sequestrados ou mortos pelos jihadistas.

O relatório da Intersociety afirmou que: “Os pastores Jihadistas Fulani são responsáveis ​​pela maioria das mortes com pelo menos 1.909 cristãos mortos em 200 dias, seguidos pelo Boko Haram, Província da África Ocidental do Estado Islâmico e Bandidos Fulani muçulmanos que mataram conjuntamente 1.063 cristãos, enquanto o Exército Nigeriano, a Força Policial e outros ramos das Forças Armadas foram responsáveis ​​por 490 mortes.

“É profundamente triste que até agora os responsáveis ​​pelos açougues anticristãos no país tenham continuado a evadir a justiça e permanecido sem controle, não rastreado e não investigado; levando à impunidade e repetidas atrocidades”, afirmou a organização.

“As vítimas sobreviventes e familiares das vítimas mortas também foram totalmente abandonadas pelo governo da Nigéria. O governo nigeriano continuou a enfrentar duras críticas e fortes acusações de culpabilidade e cumplicidade nos assassinatos e supervisão dos mesmos”, denunciou a ONG.

Folha Gospel com informações de Portas Abertas e International Christian Concern

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