Mulheres com suas Bíblias, na Ucrânia. (Foto: Sociedade Bíblica da Ucrânia)
Mulheres com suas Bíblias, na Ucrânia. (Foto: Sociedade Bíblica da Ucrânia)

Desde que a Ucrânia foi invadida pela Rússia, há pouco mais de um ano, são muitas as necessidades da população, especialmente nas cidades devastadas por bombardeios.

Devido a um desses ataques, que aconteceu à noite, o pastor Anatoliy Raychynets pediu desculpas por seu atraso a uma entrevista online para a Eternity News. Ele explicou que um bombardeio aéreo impediu que ele e muitos em Kiev, capital da Ucrânia, usassem eletricidade.

Depois de alguns minutos conversando com o site cristão, após um alarme soar Anatoliy segura seu computador para ouvir as sirenes aéreas e observar pela janela os cidadãos caminhando para os abrigos antiaéreos.

“É uma coisa cotidiana”, explicou ele. “É por isso que as pessoas estão cansadas.”

Como vice-secretário geral da Sociedade Bíblica Ucraniana, Anatoliy tem prestado apoio e distribuído Bíblias para igrejas, pastores, soldados e moradores desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Anatoliy fez uma atualização sobre a vida cotidiana na Ucrânia, que foi encaminhada à Eternity.

“Agora, são 9h, então as aulas começam. Quando você ouve uma sirene, precisa levar seus filhos de volta para casa, ou eles ficarão em um porão por várias horas. Então você nunca sabe como será o dia. Para cima e para baixo o tempo todo, mudando de planos. Estamos aprendendo a viver em uma realidade totalmente diferente”, contou.

Sobre as principais necessidades da população ucraniana, Anatoliy diz que “em primeiro lugar, precisamos de mais Bíblias”.

Segundo o pastor, desde o início da guerra eles conseguiram distribuir mais de meio milhão de Bíblias, mas o desafio continua:

“É uma grande oportunidade e, ao mesmo tempo, um desafio ter Bíblias suficientes para várias centenas de milhares de soldados. É incrível como eles estão abertos a receber Bíblias. Também temos milhões de deslocados apenas no oeste da Ucrânia”.

‘Mais Bíblias’

Anatoly afirma que existem pessoas que dizem: “Nunca li uma Bíblia; não sei nada sobre a Bíblia.”

Esse desconhecimento, segundo o pastor, desperta o interesse nos ucranianos em ter um exemplar da Palavra de Deus, por isso “temos uma grande distribuição de Bíblias este ano e, nos próximos meses, imprimiremos mais. Esta é a nossa necessidade número um: mais Bíblias”.

Ele diz quer estar com os soldados é muito difícil por tudo que eles são obrigados a encarar.

“Temos trabalhado como capelães no hospital onde as ambulâncias levam pela primeira vez os soldados dos campos de batalha. É difícil ver tantos fins de vida – os últimos minutos, quando eles perguntam: ‘Você pode me guiar em oração? Você pode ler a Bíblia para mim?’”

Anatoly afirma que “é muito precioso fazer este trabalho, estar com eles, ver como a Bíblia se torna viva para as pessoas e como elas encontram Deus. Mas também é muito difícil porque essa é a vida de um ser humano. Eles têm filhos, esposa, pais – pessoas amadas que estão esperando e orando por eles. Então essa é a parte pesada deste ministério.”

Anatoly contou que diante das dificuldades, na semana passada telefonou para um capelão, antes de partir de Kiev, perguntando: “Caro pastor, do que você mais precisa?” Diante da resposta “Traga-nos esperança”. Anataly falou: “Temos 3.500 livros cheios de esperança”, referindo-se às Bíblias.

Ele diz que os milagres também são uma forma de esperança. “Também posso contar história por história quantos milagres nós, cristãos e não crentes, experimentamos, porque as pessoas veem que ‘só Deus poderia salvar minha vida naquela situação’. Algo especial aconteceu com a Ucrânia. Estamos passando pelo ‘vale da morte’ como nação, mas ao mesmo tempo vemos que Deus está muito perto de nós (Salmo 23:4)”.

Fonte: Guia-me com informações de Eternity News

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