Documento obtido com exclusividade pela revista ÉPOCA complica a defesa do bispo Edir Macedo, fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus. Ele é acusado de falsificar documentos para negociar duas emissoras de TV. O autor da denúncia é Marcelo Pires, ex-pastor da igreja.

O bispo Edir Macedo, fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, enfrenta um processo em que é acusado de falsificar documentos para negociar duas emissoras de TV, retransmissoras da Rede Record em Santa Catarina.

O autor da denúncia é o ex-pastor Marcelo Pires, antigo membro do grupo de confiança de Macedo. ÉPOCA teve acesso a um documento que pode complicar a defesa de Edir Macedo.

Trata-se do laudo de um perito, cuja conclusão sugere que Macedo teria falsificado uma procuração usada na venda das emissoras. “O autor (Edir Macedo) tenta ardilosamente ludibriar o leitor”, afirma o autor do laudo, o perito Claus Guenter Rottschaefer, do Instituto de Criminalística do Estado do Paraná.

Fundada em 1977, por Edir Macedo, a Igreja Universal do Reino de Deus se tornou o terceiro maior grupo pentecostal do Brasil com uma estratégia ambiciosa, descrita na semana passada pela revista britânica The Economist como “igreja de resultados”: a atração de fiéis com a promessa de graças divinas em troca de contribuições financeiras.

Por conta dessas contribuições, Macedo conseguiu montar um partido político, o Partido Republicano Brasileiro, e comprar a Rede Record de Televisão, hoje a segunda maior do país. No centro da disputa entre Edir Macedo e o ex-pastor Marcelo Pires está a prática da Universal de colocar suas emissoras de rádio e TV em nome de pastores e bispos, expediente usado para driblar uma lei que proíbe igrejas de ser donas de empresas de radiodifusão.

O ex-pastor Marcelo Pires, que processa Macedo, trabalhou na Universal durante nove anos e deixou a igreja em 2000. Ele já teve pelo menos quatro empresas em seu nome, entre elas as duas emissoras de TV. Pires nega ter sido testa-de-ferro da Universal e afirma ser o verdadeiro dono das duas TVs de Santa Catarina – a TV Xanxerê e a TV Itajaí –, avaliadas em US$ 3 milhões.

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