Homens armados, com uniforme militar, invadiram o distrito de Gwoza, no Estado de Borno, na noite de terça-feira (3), destruindo casas, igrejas e mesquitas, e matando os moradores que tentavam fugir.
Centenas de pessoas podem ter sido mortas em ataques, supostamente realizados pelo grupo islâmico Boko Haram, em quatro vilas no nordeste da Nigéria, informaram fontes locais nesta quinta-feira (5).
Líderes comunitários calculam as vítimas entre 400 e 500 pessoas, embora não tenha sido feito um levantamento por parte de fontes independentes devido à má qualidade das comunicações e à dificuldade em levar serviços de emergência ao local.
Outro incidente, em Maiduguri, também no nordeste do país, deixou 45 mortos. Integrantes do Boko Haram fingindo ser pregadores abriram fogo contra a multidão, de acordo com moradores.
Se confirmado, o ataque nas vilas de Goshe, Attagara, Agapalwa e Aganjara seria um dos piores na insurgência islâmica do país, que já dura cinco anos.
No último dia 5 de maio, mais de 300 pessoas morreram em um atentado na cidade de Gamboru Ngala.
“Foram assassinatos em massa, mas ninguém pode indicar um número, porque ninguém conseguiu chegar ao lugar, e porque os insurgentes ainda estão lá. Eles tomaram toda a área”, explicou à agência de notícias AFP Peter Biye, parlamentar local.
“Há corpos espalhados por todas as áreas, e as pessoas estão fugindo”, acrescentou Biye, que representa Gwoza na Câmara dos Deputados.
A situação foi descrita por moradores como “crise humanitária”, enquanto alguns pediam a entrada de grupos independentes para enterrar os mortos.
Residentes de Attagara, vilarejo de maioria cristã, acreditam que o ataque foi uma retaliação à morte de quatro integrantes do Boko Haram, que atacaram uma igreja e mataram nove pessoas.
O Boko Haram (“A educação ocidental é um pecado” em língua hausa), que deseja impor a lei islâmica no norte da Nigéria, matou milhares de pessoas desde 2009 e atacou escolas do nordeste do país em várias oportunidades.
[b]Fonte: UOL[/b]