Oito igrejas cristãs estão fechadas em Kericho, região montanhosa ao norte de Nairóbi, após a onda de violência que assolou o Quênia nos últimos dias. “O maior problema que enfrentamos no país agora é a reconciliação”, disse o sacerdote Paddy Hyland. Segundo ele, foi o pior momento do país desde 1992.
“Quando a violência eclodiu no dia 29 de dezembro, não havia lugar para se abrigar. Mais de 30 mil pessoas saíram às pressas de suas casas, muitas delas acabaram reduzidas a cinzas”, contou.
Anteontem, a oposição queniana alcançou a presidência do parlamento, numa vitória simbólica para seus partidários depois das violentas manifestações contra as irregularidades da reeleição do presidente Mwai Kibaki no pleito do final de dezembro.
O anúncio do resultado foi recebido com aclamação pelos deputados do partido de Odinga, cuja derrota na eleição presidencial e as denúncias de manipulação dos resultados provocaram atos de violência político-étnica que deixaram mais de 700 mortos e 255 mil desabrigados.
Situação em Kericho
Cerca de 6 mil pessoas buscaram abrigo na delegacia de polícia de Kericho enquanto outras 20 mil acamparam do lado de fora do comissariado do distrito.
“As famílias não conseguiram carregar os seus pertences durante a fuga, tiveram tempo só de carregar os filhos”, disse o padre.
Segundo ele, cinco mulheres deram à luz na igreja que preside. “Todos os bebês nasceram sem complicações, apesar de ter sido muito difícil para as mães. As estradas ficaram intransitáveis e ninguém podia atendê-las”, disse ele.
Falta de alimentos
“O maior problema agora é comida. Tínhamos muito pouco guardado e precisamos fazer alguma coisa urgentemente”, afirmou o sacerdote.
Em apenas dois dias, 40 caminhões transportando desalojados foram de Kericho a Gusii.
Algumas famílias migraram para o distrito de Nyamira e estão acampadas em igrejas.
Até então o Quênia era o país mais próspero e estável da região. Ore para que as equipes de ajuda humanitária cheguem até as vilas destes desabrigados e desalojados. E oara que os cristãos sejam luz em tempos de adversidade.
Fonte: Portas Abertas