A obra de Leonardo da Vinci "A Última Ceia" foi encenada por drag Queens na cerimônia de abertura das olimpíadas de Paris (Foto: Reprodução/Redes sociais)
A obra de Leonardo da Vinci "A Última Ceia" foi encenada por drag Queens na cerimônia de abertura das olimpíadas de Paris (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Durante a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris 2024, uma apresentação supostamente artística realizada por um grupo de drag queens reproduziu uma cena de banquete que remetia diretamente à imagem pintada por Leonardo Da Vinci na mundialmente famosa tela denominada Santa Ceia. O fato repercutiu imediatamente na mídia e nas redes sociais, com cristãos de vários países criticando e lamentando o que consideraram uma grave afronta e profanação à fé cristã.

Em consequência, nesta última sexta-feira (26), a Fundação Espanhola de Advogados Cristãos apresentou à Comissão Europeia e à Organização das Nações Unidas (ONU) uma queixa formal contra a França. A fundação entregou ao Comitê Olímpico Internacional, na Suíça, um documento com mais de 100 mil assinaturas, coletadas em poucas horas, em que pede sanções contra os organizadores dos Jogos de Paris.

Poland Castellanos, presidente da fundação, declarou: “Se o ataque sem precedentes contra os cristãos ocorrido nos Jogos Olímpicos da França não tiver consequências e os responsáveis não forem punidos, corremos o risco de enfrentar episódios semelhantes nos próximos Jogos Olímpicos e em outras ocasiões”. Castellanos enfatizou a necessidade urgente de conter o aumento da cristofobia na Europa.

O advogado Jean Marques Regina, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR), ressaltou que houve uma clara violação dos pactos internacionais. “É fundamental respeitar a confissão religiosa. Embora seja possível criticar uma religião de maneira veemente, não é aceitável vilipendiar ou atacar a dignidade humana das pessoas que seguem uma determinada crença”.

Jean observou que, ao contrário do Brasil, a Europa está passando por um processo acelerado de secularização, o que tem causado fissuras na ordem social de vários países. Ele acredita que há uma “aceleração do laicismo hostil à religião, que se manifestou até mesmo nos Jogos Olímpicos, com o apoio do Comitê Olímpico Internacional, tornando-se evidente na cena de profanação”.

Para Jean, a encenação representa uma tentativa de imposição da cultura woke [sinônimo de políticas liberais]. No entanto, ele acredita que a luta deve ser para reconhecer a diversidade religiosa, mesmo em estados laicos. Em vez de promover apenas a diversidade, deveria haver um esforço para criar um pluralismo baseado em colaboração, “onde os diferentes se sentam à mesa e concordam com um conjunto mínimo de valores para conviver pacificamente”, concluiu Jean.

A denúncia

A Fundação Espanhola de Advogados Cristãos alega que o espetáculo violou diversos artigos da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia: o artigo 10, que garante a liberdade de pensamento, consciência e religião; o artigo 21, que trata do direito à não-discriminação; e o artigo 22, que protege a diversidade cultural, religiosa e linguística.

Além disso, a fundação apresentou uma queixa ao gabinete da relatora especial da ONU para a liberdade religiosa, Nazila Ghanea, alegando violação do artigo 2.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A denúncia também sustenta que foram infringidos os artigos 2.º e 26 do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, ratificado pela França, que exigem que os Estados signatários respeitem e garantam os direitos contidos no pacto e proíbam qualquer forma de discriminação.

Outro ponto levantado é a violação dos artigos 2.º, 3.º e 4.º da Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e Discriminação Baseadas na Religião ou Convicções.

Fonte: Comunhão

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