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O ajuste fiscal promovido pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), atingiu as finanças de dois dos principais eventos da cidade. Além do [url=https://folhagospel.com/modules/news/article.php?storyid=33935]desfile das escolas de samba[/url], as paradas LGBTs tiveram verbas públicas cortadas e têm dificuldade em se viabilizar.
A Riotur afirmou nesta sexta (16) que vai buscar apoio da iniciativa privada para compensar o corte de 50% nos repasses para as escolas de samba, que receberão R$ 1 milhão cada. Iniciativa semelhante, contudo, ainda não teve sucesso para garantir uma das paradas LGBTs tradicionais da cidade.
Marcada para o dia 16 de julho, a Parada LGBT de Madureira ainda não conseguiu os R$ 370 mil necessários para a realização do evento. Até 2016, a entidade responsável pelo ato recebia verba pública.
O município também já disse que não repassará recursos para a Parada LGBT de Copacabana, prevista para outubro e que levou, no ano passado, 800 mil à orla, segundo os organizadores.
A justificativa para os cortes é a crise nos cofres municipais. O rombo estimado no Orçamento é de R$ 4 bilhões.
O corte nos dois grandes eventos tem levado a oposição a criticar o que chama de “fundamentalismo religioso” do prefeito. Crivella é bispo licenciado da Igreja Universal, que condena o Carnaval e a homossexualidade.
“O prefeito está deixando as convicções religiosas dele interferir”, disse o vereador David Miranda (PSOL).
Loren Alexander, organizadora do evento em Madureira, discorda da avaliação. Ela afirma que decidiu não buscar dinheiro público porque “o Rio está falido”.
“O prefeito me beija, me abraça em frente de todos os secretários. Em momento nenhum discrimina trans, gays, lésbica ou qualquer segmento do LGBT. A questão é que os captadores não conseguiram captar”, disse ela.
O diretor do Grupo Arco-Íris Julio Moreira, que organiza o ato em Copacabana, afirmou que espera até a semana que vem, quando termina o prazo de captação de patrocínio para o evento em Madureira, para tomar “uma posição mais radical”.
“Se não há uma posição direta do prefeito, há uma máquina que tenta burocratizar o processo para que a coisa não ande. A gente sabe que há gente de dentro dos gabinetes com uma posição ideológica mais conservadora”, afirmou Moreira.
Durante a campanha, Crivella negou que sua crença religiosa iria interferir nas decisões administrativas. Ele também havia garantido que manteria o investimento público nos dois eventos –tendo inclusive recebido apoio das escolas de samba. O gabinete do prefeito não quis se pronunciar.
[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]