O padre Kevin J. Gray, 64, foi preso no Estado de Connecticut (EUA) sob a acusação de ter roubado US$ 1,3 milhão [R$ 2,2 milhões] durante sete anos para pagar por garotos de programa e roupas de grife, além de hoteis e restaurantes de luxo.
Gray trabalhou na paróquia do Sagrado Coração da cidade de Waterbury (no período entre janeiro de 2003 e 15 de abril deste ano), que após uma revisão de suas finanças percebeu que as contas dos últimos anos demonstravam retiradas ilícitas e estimou que o padre poderia ter roubado até US$ 1 milhão.
A pedido da arquidiocese de Hartford, a polícia local iniciou investigações no mês passado para apurar as suspeitas.
Após o inquérito, o padre se entregou hoje às autoridades e deve ser ouvido ainda nesta terça pelo tribunal de Waterbury.
De acordo com o jornal local “Hartford Courant”, Gray era bem visto na comunidade onde trabalhou durante 26 anos, passando também pelas paróquias de Santa Margarete e Santa Cecília.
“Estamos muito tristes com os fatos que recentemente tiveram um impacto muito profundo na paróquia do Sagrado Coração”, disse o padre John P. Gatzak, diretor de comunicações da arquidiocese de Hartford, ao jornal americano.
Dívidas
O porta-voz disse ainda que há preocupações financeiras e espirituais e alertou para um endividamento “absurdo” da paróquia após anos do suposto estelionato cometido por Gray.
“No nível financeiro, a arquidiocese continua trabalhando com a paróquia para melhorar seus controles financeiros e lidar com os assuntos que surgiram com esta situação, como a cobertura de seguros e dívidas absurdas. No nível espiritual, continuamos a rezar pela cura e consolo das famílias da paróquia que segue adiante e por orientação e reconciliação para o padre Gray enquanto ele enfrenta os procedimentos legais aos quais é submetido”, disse Gatzak ao “Hartford Courant”.
Segundo reportagem do jornal americano a arquidiocese fez contato com a polícia local no dia 21 de maio após descobrir uma série de pagamentos não autorizados usando recursos da Igreja Católica.
O suposto estelionato teria começado em janeiro de 2003, e o dinheiro teria sido retirado de poupanças e fundos de investimento mantidos pela paróquia. Os recursos deveriam ser usados para o pagamento de apólices de seguro e taxas anuais que a paróquia paga à arquidiocese.
Fonte: Folha Online