Polícia diz que religiosos gays contrataram criminosos para simular assalto; família nega
A história de dois sacerdotes colombianos que contrataram matadores de aluguel para que os assassinassem causou comoção naquele país e revoltou os familiares dos religiosos, que não concordam com a versão da polícia.
A conclusão do inquérito, revelada anteontem em Bogotá, diz que Rafael Reátiga, 35, e Richard Píffano, 36, que eram amantes e foram encontrados mortos num carro em janeiro de 2011, não foram vítimas de assalto, como se pensou inicialmente.
Depois de algumas tentativas de suicídio frustradas, Reátiga e Píffano teriam pago US$ 8.000 (R$ 13,7 mil) a dois assassinos para serem mortos. A razão do pacto de morte seria o fato de um deles ter doença sexual incurável.
A investigação, que durou mais de um ano, chegou a essa conclusão depois de prender os dois assassinos e conhecer detalhes dos vínculos que mantinham com os religiosos. Descobriu-se que ambos teriam tomado providências para encerrar as atividades paroquiais e acertar contas e burocracias pendentes dias antes da tragédia.
Segundo a polícia, os padres teriam “calculado milimetricamente” os detalhes de sua morte. Os matadores Isidro Castoblanco e Gildardo Peñate teriam sido orientados para, além da execução, simularem assalto, levando objetos pessoais das vítimas.
Antes do crime, ainda, os dois teriam feito uma viagem de despedida ao local onde nasceram. Depois, encontraram-se com os assassinos publicamente, num centro comercial de Bogotá.
Pessoas próximas aos padres disseram à polícia que eles eram amantes havia alguns anos. A polícia diz ainda que foram reconhecidos por frequentadores de bares gays da cidade.
Inconformados, familiares dos religiosos deram declarações ao jornal colombiano “El Tiempo” questionando a versão policial. “Ninguém pode pagar para ser morto. Isso é coisa de filme”, disse Fabiola Píffano, irmã de Richard.
[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]