Israel e os palestinos não concluirão um acordo de paz neste ano, disse na segunda-feira o negociador palestino no processo patrocinado pelos EUA.

“Não acho que possamos alcançar um acordo neste ano”, disse Ahmed Qurie a um grupo de ex-funcionários israelenses de segurança, durante uma conferência sobre o processo de paz, perto de Tel Aviv.

Washington reiniciou o processo em novembro de 2007, numa conferência de paz em Annapolis, Maryland. Na época, a esperança era de concluí-lo ainda durante o mandato do presidente George W. Bush, que termina em 20 de janeiro.

Mas a expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia, as divisões entre os palestinos e a instabilidade política em Israel tornam cada vez mais distante a perspectiva de um acordo.

“O processo é difícil, e a situação política de ambas as partes é difícil”, disse Qurie, ex-premiê palestino, referindo-se à disputa entre as facções palestinas Fatah e Hamas e à convocação de eleições parlamentares antecipadas em Israel.

Dana Perino, porta-voz da Casa Branca, disse a jornalistas na segunda-feira que Bush continua comprometido com o processo de paz iniciado em Annapolis.

“Acho que o que o presidente quer é continuar tentando trabalhar com eles. Sem dúvida temos uma subida íngreme, mas eles sempre tiveram subidas íngremes no Oriente Médio”, disse Perino.

Pelo lado palestino, os esforços de paz do presidente Mahmoud Abbas ficam comprometidos pelo fato de a facção islâmica Hamas, que controla a Faixa de Gaza há um ano, manter sua recusa às negociações.

No próximo dia 5, o Egito tentará promover uma reaproximação das facções numa reunião no Cairo. Em junho, o Hamas declarou seis meses de trégua com Israel.

Enquanto isso, os partidos israelenses se preparam para disputar eleições, depois de a primeira-ministra Tzipi Livni ter sido incapaz de forjar uma nova coalizão que substituísse o premiê Ehud Olmert, que renunciou devido a suspeitas de corrupção.

Fonte: Reuters

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