A Polícia Rodoviária Federal fará um trabalho prévio de inteligência para evitar imprevistos durante a chegada e saída do papa.
Os organizadores da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) confirmaram nesta terça-feira (7) que o papa Francisco, que visitará o Rio de Janeiro entre os dias 22 e 28 de julho, conhecerá a comunidade conhecida como Varginha, no Complexo de Manguinhos, na zona norte da capital fluminense. O pontífice chegará em um carro fechado e descaracterizado, saltará em uma capela no interior da favela e, em seguida, caminhará por cerca de cem metros até um campo de futebol.
Antes de prosseguir em sua agenda, ele fará um pronunciamento e será recebido por uma família da comunidade. Varginha foi uma sugestão da pastoral das favelas –outras comunidades também foram recomendadas, tais como Jacarezinho e Mandela, na zona norte. A escolha contou com o aval da Polícia Federal e a aprovação do secretário do Vaticano para viagens internacionais, Alberto Gasbarri.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF), que durante a JMJ reforçará o seu efetivo em até 180% em todo o Estado, fará um trabalho prévio de inteligência para evitar imprevistos durante a chegada e saída do papa Francisco a Varginha.
A equipe de batedores deve ser reforçada, de acordo com o agente especial da PRF Cláudio Bernardo, que faz parte da força-tarefa articulada para garantir a segurança do pontífice.
[b]Agenda completa[/b]
O Vaticano divulgou nesta terça-feira (7) a programação oficial da viagem do papa Francisco ao Brasil. Ele chega ao Rio de Janeiro no dia 22 de julho, às 16h, e será recebido pela presidente Dilma Rousseff, pelo governador Sérgio Cabral, pelo prefeito Eduardo Paes e por representantes da igreja e autoridades no aeroporto internacional do Galeão.
Francisco deixa o aeroporto de papamóvel e vai ao Palácio Guanabara, onde haverá uma recepção para autoridades, seguida por uma reunião privada entre o papa e a presidente.
Depois, ele se dirige à Residência Assunção, no alto da estrada do Sumaré, que já hospedou João Paulo 2º duas vezes. Durante a estada no Rio o papa ficará hospedado no local.
No dia 23, o pontífice terá agenda privada, e em 24 de julho vai de helicóptero até a cidade de Aparecida (SP), onde celebra missa no Santuário Nacional. Ele retorna ao Rio de Janeiro no final do dia e visita o hospital São Francisco de Assis, que se dedica à recuperação de dependentes da droga e do álcool.
No dia 25, Francisco celebrará missa privada na Residência do Sumaré, e depois vai até o Palácio da Cidade onde recebe as chaves da cidade das mãos do prefeito Eduardo Paes. Em seguida ele visita a comunidade de Varginha/Manguinhos, pacificada em 2012. Lá, ele se reúne com párocos locais e visita um campo de futebol e a casa de uma família da comunidade.
Durante a tarde, o papa se dirige à praia de Copacabana, onde acontece a Festa da Acolhida, com jovens participantes da JMJ (Jornada Mundial da Juventude).
No dia 26, ele vai até a Quinta da Boa Vista, onde irá confessar cinco jovens provenientes de todos os continentes. Depois, o [img align=left width=300]http://imguol.com/2013/03/28/28mar2013—o-papa-francisco-celebra-a-missa-da-crisma-na-manha-desta-quinta-feira-28-na-basilica-de-sao-pedro-no-vaticano-a-celebracao-marca-o-inicio-dos-festejos-de-pascoa-1364466177227_300x420.jpg[/img]pontífice se encontra com o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, em sua residência oficial. Lá, o papa irá se encontrar reservadamente com cinco jovens detentos.
À tarde, Francisco reza o Angelus e se encontra com membros do comitê organizador da Jornada e seus patrocinadores. No fim do dia, ele visita novamente a praia de Copacabana para a Via Sacra com os jovens.
No sábado (27), o papa reza missa na catedral da cidade e depois se encontra com diplomatas, políticos e artistas no Teatro Municipal.
No dia 28, o pontífice sobrevoa de helicóptero o Cristo Redentor. Depois, ele celebra missa em Guaratiba com os jovens da Jornada, evento que contará com a presença da presidente Dilma. No final do dia, será anunciado o local onde ocorrerá a próxima Jornada, em 2015. Durante a tarde, o papa se encontra com a coordenação do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano), composto por 45 bispos.
No dia 29, Francisco vai ao Rio Centro, onde encontrará cerca de 15 mil voluntários da JMJ. Às 18h30, será realizada uma cerimônia de despedida no aeroporto Galeão, e o papa retorna a Roma.
[b]Segurança[/b]
O Ministério da Defesa, por meio das Forças Armadas, vai ocupar e monitorar 14 estruturas estratégicas, entre as quais as duas usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ), durante a realização da Jornada Mundial da Juventude.
Militares da 9ª Brigada de Realengo (bairro da zona oeste da capital fluminense) iniciam a operação 15 dias antes do início da Copa das Confederações. O objetivo é evitar possíveis ações terroristas ou tentativas de sabotagem nas áreas de fornecimento de água e energia e telecomunicações, entre outras.
“Sempre há uma preocupação com o terrorismo internacional. Não há nenhum indício sobre isso. Pelas análises de riscos que nós temos, não temos indício de uma ação terrorista, mas está aí a Maratona de Boston que mostra que, quando não se esperava absolutamente nada, ocorre um fato trágico. E uma outra preocupação é a grande quantidade de pessoas. Isso também pode ser um potencial foco de incidentes. Uma concentração grande de pessoas em um único lugar pode provocar um estouro da boiada”, disse.
[b]Barreiras[/b]
Em entrevista ao UOL, o general comandante da 1ª DE disse que o plano de segurança para a Jornada Mundial da Juventude já está praticamente definido, restando apenas ajustes a serem feitos após a divulgação da agenda do papa Francisco. O esquema possui dois eixos: segurança e defesa. O primeiro cabe ao Ministério da Justiça, por meio da Sesge (Secretaria Extraordinária de Segurança em Grandes Eventos); já a segunda é de responsabilidade do Ministério da Defesa, isto é, das Forças Armadas. O efetivo total será de mais de 12 mil homens.
Em Guaratiba, as Forças Armadas farão três barreiras de proteção no sentido de organizar a entrada e saída dos peregrinos, e impedir que o papa Francisco, que irá ao local para uma grande missa de encerramento, no dia 28 de julho, esteja exposto a perigos. Toda a operação ficará a cargo da Brigada de Infantaria Paraquedista. Mais de 4.000 militares estarão mobilizados somente em Guaratiba.
As Forças Armadas utilizarão o potencial máximo de seu equipamento operacional e de inteligência. Segundo o general Abreu, blindados do tipo CLANF, Urutu e Cascavel estarão guardados em pontos estratégicos.
A Força Aérea fará uso de seus modelos mais avançados: o caça F-5, o jato Super Tucano, o helicóptero M-60, além de veículos não tripulados. Todo o aparato estará de prontidão para qualquer situação emergencial.
[b]Espaço aéreo e marítimo[/b]
Durante a JMJ, o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) decretará zona vermelha (proibida) em todos os locais pelos quais o papa Francisco estiver cumprindo agenda. As principais áreas de exclusão são Guaratiba e Copacabana.
A depender das circunstâncias dos eventos e atividades da Jornada Mundial da Juventude, o espaço aéreo poderá ser dividido em zonas amarela (restrita) e branca (reservada). A execução ficará a cargo do Comdabra (Comando de Defesa Aérea Brasileira), que estará autorizado a abater quaisquer aeronaves suspeitas.
Já em relação ao espaço marítimo, a Marinha foi orientada a posicionar navios em pontos estratégicos da costa brasileira.
[b]Centro de comando e controle[/b]
Todas as ações que fazem parte do esquema de segurança da Jornada Mundial da Juventude serão coordenadas e monitoradas pelo CCA (Centro de Coordenação de Área), uma sala de operações situada no Palácio Duque de Caxias, a sede do CML (Comando Militar do Leste), no centro da cidade. O local é o mesmo que serviu de base para as Forças Armadas durante a Rio+20.
No CCA, os militares e representantes de todos os órgãos de segurança envolvidos no esquema têm condições de monitorar a cidade com imagens de mais de 500 câmeras. A estrutura é semelhante a do Centro de Operações da Prefeitura do Rio.
Também no prédio do CML funcionarão o o CCTI (Centro de Coordenação Tático Integrado), que reunirá todas as agências e órgãos especializados e focados em operações especiais –a exemplo do Bope (Batalhão de Operações Especiais), a divisão de elite da PM do Rio, e da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), a da Polícia Civil–, e o Centro de Inteligência, onde serão articuladas eventuais ações antiterrorismo e contraterrorismo, além da defesa cibernética.
[b]Fonte: UOL[/b]