O papa Francisco chegou nesta sexta-feira, 28, ao Egito para uma visita de dois dias, na qual participará de uma conferência internacional para a paz com líderes muçulmanos, com o objetivo de enviar uma mensagem de reconciliação entre as religiões.
[img align=left width=300]http://img.estadao.com.br/resources/jpg/2/5/1493383741852.jpg[/img]O Airbus da companhia italiana Alitalia, no qual o pontífice viajou, aterrissou no Aeroporto Internacional do Cairo às 14 horas (9 horas de Brasília) após decolar do aeroporto romano de Fiumicino três horas antes. A visita do pontífice terá duração de 27 horas.
O chefe da Igreja Católica chega a um país com medidas restritas de segurança depois dos atentados de 9 de abril contra igrejas cristãs que causaram a morte de 45 pessoas, reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Todas as igrejas do país tiveram aumento na vigilância por conta do temor de um ataque durante a estadia do papa no país. Ele será transportado em um automóvel sem blindagem, segundo o Vaticano.
“Me sinto realmente feliz de ir como amigo, como mensageiro da paz e como peregrino ao país que há mais de dois mil anos deu refúgio e hospitalidade à Sagrada Família, que fugia das ameaças do Rei Herodes”, disse o papa argentino em uma mensagem em vídeo enviada antes da viagem.
Francisco faria, logo ao desembarcar, uma breve visita ao palácio presidencial para cumprimentar o presidente Abdel-Fattah al-Sissi, quem tem apoio declarado dos cristãos do país depois da derrocada do islamista Mohamed Mursi, em 2013.
O destaque de sua jornada será o discurso na Conferência Internacional da Paz, organizada pela maior instituição do Islã sunita, a Universidade de Al-Azhar, assim como seu encontro com o imã Ahmed al-Tayeb, a quem recebeu no ano passado no Vaticano.
A visita de Francisco tem como objetivo reativar as frias relações entre Azhar e o Vaticano, rompidas em 2006 depois das controversas declarações do então papa Bento XVI nas quais vinculou o Islã à violência, durante um discurso em uma universidade alemã.
Os dirigentes da prestigiosa universidade, fundada há quase mil anos, figuram também entre os principais inimigos do jihadismo inspirado no salafismo radical dominante na Arábia Saudita.
Diálogo. Desde sua eleição em 2013, Francisco multiplicou os gestos em favor do diálogo com os muçulmanos, chegando a visitar mesquitas, a lavar os pés de imigrantes islâmicos durante a Semana Santa e transportou no avião papal três famílias muçulmanas sírias que pediam refúgio da ilha grega de Lesbos até Roma.
Ele também fará uma oração ecumênica com o “papa” da Igreja Ortodoxa Copta, Teodoro II, na qual rezarão pela paz e pelos cristão assassinados.
A viagem tem um caráter particular religioso e diplomático, já que o papa se reunirá com católicos, ortodoxos e muçulmanos para reiterar, com atos, que o diálogo é a única via para superar o extremismo.
Em seu segundo dia, o líder espiritual de 1,3 bilhão de católicos celebrará uma missa em uma pequena comunidade local perto do Cairo para 272 mil fiéis, em um país onde a religião oficial é o Islamismo – praticado por 85% dos 92 milhões de egípcios.
[b]Fonte: AFP e EFE via Estadão[/b]