O papa Bento 16 acusou agências internacionais na segunda-feira de promover o aborto na África, e atribuiu a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis em parte a noções distorcidas de casamento e família.
“A cultura globalizada secular está exercendo cada vez mais influência sobre comunidades locais em consequência de campanhas de agências que promovem o aborto”, disse o pontífice num discurso a bispos do Quênia.
“Essa destruição direta de uma vida inocente jamais pode ser justificada, não importa quão difíceis sejam as circunstâncias”, afirmou ele.
O papa não identificou os grupos acusados de promover o aborto na África. Mas o Vaticano já fez críticas à Anistia Internacional no passado pelo apoio ao direito das mulheres ao aborto em caso de estupro ou se a vida dela estiver sob risco. A decisão da Anistia foi inspirada pelos estupros em zonas de guerra, como Darfur.
A Igreja Católica prega que a vida começa no momento da concepção, e que o aborto é equivalente ao assassinato.
Bento 16 atribuiu os problemas da África em parte a desvios dos valores familiares tradicionais. Ele citou as doenças sexualmente transmissíveis, numa clara referência à epidemia de Aids que devasta o continente.
“Com muita frequência, os males que afligem certas partes da sociedade africana, como a promiscuidade, a poligamia e a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis, podem ser diretamente relacionadas com noções distorcidas de casamento e vida familiar”, disse o papa.
Quase 40 milhões de pessoas estão infectadas com o vírus HIV, que causa a Aids, na África, principalmente na região subsaariana. A doença já matou mais de 25 milhões de pessoas no mundo.
Fonte: Reuters