O grupo informal de oito cardeais que aconselha o Papa Francisco e que se reúne a partir de hoje no Vaticano, já recebeu 80 documentos com sugestões para a reforma da Igreja.

O Papa Francisco abriu a reunião histórica nesta terça-feira sobre a reforma da Igreja Católica, dizendo que quer uma igreja missionária, com um espírito moderno, que dará esperança aos pobres, aos jovens e aos idosos, como fez São Francisco. O Pontífice convocou seu próprio gabinete de oito integrantes do Conselho de Cardeais, nomeado em abril e oficialmente instituído nesta segunda-feira, para três dias de reflexão sobre a renovação burocrática do Vaticano e outras reformas.

Apesar de o Vaticano tratar o órgão como uma instância apenas consultiva, a expectativa é de que as conversas levem a mudanças mais intensas que uma simples revisão da Pastor Bonus, a Constituição Apostólica promulgada pelo Papa João Paulo II em 1988 que instituiu uma série de alterações no funcionamento da Cúria Romana.

Além do hondurenho Maradiaga, fazem parte do Conselho os cardeais Giuseppe Bertello, da Itália; Francisco Javier Errázuriz Ossa, do Chile; Oswald Gracias, da Índia; Reinhard Marx, da Alemanha; Laurent Monsengwo Pasinya, da República Democrática do Congo; George Pell, da Austrália; e Sean Patrick O’Malley, dos Estados Unidos.

Mais cedo, em uma entrevista ao jornal italiano “La Repubblica”, o Pontífice voltou a fazer duras críticas à gestão da Igreja, classificando-a de “Vaticano-cêntrica”, e disse que fará de tudo para mudá-la. Ele chamou a “corte de a “lepra do papado”. Perguntado se estava se referindo à Cúria, o Papa explicou que apesar de a Cúria (governo da Igreja) não ser propriamente uma corte, existem “cortesãos”.

[b]G8 do papa[/b]

O grupo informal de oito cardeais que aconselha o Papa Francisco e que se reúne a partir de terça-feira no Vaticano, já recebeu 80 documentos com sugestões para a reforma da Igreja, anunciou a Santa Sé nesta segunda-feira.

Em uma coletiva de imprensa para a apresentação da primeira reunião do “G8”, que acontecerá entre terça e quinta-feira na biblioteca do apartamento pontifical, o porta-voz do Vaticano explicou que, durante este conselho, o Papa terá “principalmente uma atitude de escuta”.

“Não está planejado reuniões com pessoas de fora do grupo”, explicou o padre Lombardi, acrescentando que os oito cardeais serão guiados pela “discrição”.

“Nós não esperamos para esses três dias conclusões, publicações, documentos, decisões marcantes de qualquer tipo”, disse Lombardi.

Ele lembrou que este encontro é o primeiro de uma série e que o “G8” não tem poder de decisão.

Muitas sugestões chegaram aos cardeais por vários meios, principalmente através das Conferências Episcopais, ou diretamente para o papa, informou.

Elas foram agrupadas em 80 documentos pelo secretário do grupo, o bispo Marcello Semeraro, que os entregou a cada um dos membros.

O conselho de oito vai “individualizar as prioridades”, disse o porta-voz , que citou apenas uma delas, o tema da família.

O padre Lombardi destacou a independência do novo conselho em relação à Cúria Romana.

“O papa Francisco quer governar da forma que é sugerida pela Igreja universal. Um governo menos romano, tendo em conta as experiências dos diferentes continentes, com um reequilíbrio no método de consulta”. Tudo isso havia sido reclamado durante as congregações gerais antes do conclave de março.

O Vaticano divulgou um Quirógrafo, um documento escrito pelo próprio papa, que faz deste grupo informal, cujos membros foram nomeados em maio, um “conselho” consultivo.

Seus integrantes poderão ser consultados em conjunto ou individualmente. Não se trata de uma nova estrutura, e o número de membros pode ser modificado.

Os oito cardeais escolhidos por Francisco já chegaram em Roma: eles são um italiano, um alemão, um australiano, um americano, um indiano, um congolês, um chileno e um hondurenho.

[b]Fonte: Yahoo e AFP[/b]

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