O papa Francisco lamentou nesta sexta-feira (7) os estragos causados pelo furacão Matthew no Haiti, onde mais de 800 pessoas morreram. Em comunicado, o líder da Igreja Católica expressou sua “dor” e disse estar “próximo, em oração”, das pessoas que foram atingidas pelo furacão, considerado o mais devastador a passar pelo Caribe em uma década.
A carta foi enviada pelo secretado de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, ao presidente da Conferência Episcopal do Haiti, cardeal Chibly Langlois. “O papa reza pelas vítimas do furacão e assegura sua proximidade e afeto espiritual aos feridos e a todos que perderam suas casas no desastre”, destacou o comunicado. Francisco também encorajou a população a ser “solidária” entre si, “nesta nova prova para o país”.
O furacão Matthew passou pelo Haiti na última terça-feira (4) e deixou 339 mortos, de acordo com o balanço mais recente. O número de vítimas pode crescer, já que muitas áreas ainda estão inacessíveis para as equipes de resgate. A região mais castigada foi o Sul do país, com 300 mil residências danificadas. Somente na cidade de RocheaBateau, 50 pessoas morreram na vizinha Jeremie, onde 80% das casas vieram abaixo. Agentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) disseram que a situação do Haiti é “apocalíptica” e que há 500 mil crianças desabrigadas ou em zonas de risco.
Em 2010, o país foi devastado por um furacão e até hoje não conseguiu se recuperar.
[b]Haiti vive pior crise humanitária em 6 anos[/b]
Subiu para 877 o número de mortes provocadas pela passagem do furacão Matthew no Haiti, naquela que é considerada a pior crise humanitária do país desde o terremoto de 2010, que matou mais de 200 mil pessoas.
A contagem é da agência Reuters, com base em números do governo e de organizações humanitárias. Ao menos sete pessoas morreram de cólera, doença que assombra os médicos haitianos desde o surto registrado logo depois do terremoto.
A Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) afirmou na quinta (6) que já se preparava para o surto de cólera, devido à contaminação da água pelas inundações.
Segundo a Defesa Civil, 61.500 pessoas estão desabrigadas, a maioria no sudoeste e sul do país, as regiões mais devastadas durante a passagem do Matthew, entre segunda (3) e terça-feira (4), com ventos de até 230 km/h. Ele estava então na categoria 4 (de 5) na escala de furacões –enquanto passava pela Flórida nesta sexta, foi rebaixado para a categoria 2.
O furacão empurrou o mar na direção de frágeis vilas costeiras, algumas das quais estão sendo contactadas apenas agora, pois pontes e rodovias ficaram interditadas durante a semana por deslizamentos e enchentes.
As precárias condições de vida no país mais pobre das Américas, com saneamento básico praticamente inexistente, colaboram para a disseminação da doença, que foi introduzida no Haiti por nepaleses das forças de paz da ONU, em 2010. No auge do surto, matou 9.000 pessoas.
[b]Fonte: Agência Brasil e Folha de São Paulo[/b]