O papa Bento 16, líder máximo da Igreja Católica, vai se reunir com o conjunto de cardeais para debater os casos de pedofilia envolvendo padres, anunciou o Vaticano.
De acordo com a direção da igreja – que não deu mais detalhes sobre o conteúdo da reunião -, o encontro acontecerá no dia 19 de novembro.
A Igreja Católica enfrentou em 2010 uma enxurrada de denúncias de pedofilia e abuso sexual envolvendo padres em diversos países do mundo, incluindo Irlanda, Estados Unidos, Alemanha, Bélgica, França e Dinamarca.
A direção católica, frequentemente acusada de fazer vista grossa às denúncias, admitiu nos últimos meses que foi “pouco vigilante” em relação à conduta de alguns de seus sacerdotes.
O próprio papa, que em mais de uma ocasião foi atacado pela suposta conivência com os pedófilos, chegou a dizer que a igreja passaria a ser mais criteriosa na formação de seus religiosos.
Espanha rebate crítica do papa
O primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, afirmou em comunicado nesta segunda-feira que seu país é um “Estado aconfessional (que não professa uma religião oficial) que garante as liberdades individuais”, depois que Bento 16 denunciou, em sua visita neste fim de semana, o suposto “anticlericalismo agressivo” dos espanhóis.
– O chefe do Executivo comentou com o Papa a relação fluída do Estado espanhol com o Vaticano, fruto do que expressa a Constituição espanhola como Estado aconfessional que reconhece o peso da Igreja católica na Espanha, mas que garante a liberdade de todos.
No último sábado (6), o papa denunciou, no início de uma visita de dois dias à Espanha, o retorno do agressivo movimento anticlerical que o país viveu nos anos 1930 e pediu pelo “encontro entre a fé o laicismo na Europa”.
– A Espanha viu nos anos 30 (durante a 2ª República, antes da Guerra Civil) o nascimento de um anticlericalismo e de um movimento de secularização e incremento do laicismo forte e agressivo. Esse movimento e o enfrentamento entre a fé e a modernidade volta a ocorrer hoje e é muito forte.
O chefe da igreja disse ter constatado esse problema em suas viagens à República Tcheca, à França e ao Reino Unido, apesar de estar “muito acentuado na Espanha”. Por isso pediu um “encontro entre a fé e o laicismo e não um confronto na Europa”.
Fonte: R7