Parentes das 199 vítimas do acidente da TAM realizaram ontem um ato ecumênico, em frente ao Aeroporto de Congonhas – na mesma hora (18h48) e local onde aconteceu a tragédia, há exatamente um ano.

Diversas religiões estavam representadas: Padre Juarez de Castro, da Igreja Católica, Pastor Hermann Wille, da Igreja Luterana, e o Pastor e Capelão da Aeronáutica, Marcelo Coelho, da Igreja Presbiteriana, entre outros participantes. Em clima de comoção, os parentes das vítimas fizeram um minuto de silêncio no momento do acidente.

Os parentes levaram flores a um palco montado especialmente para o encontro. Uma árvore foi iluminada e decorada com imagens da tragédia e fotos das vítimas. A viúva de um dos passageiros hasteou a Bandeira Nacional. A idéia é que fique erguida até a construção de um memorial, plano reforçado pelo presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo TAM JJ3054 (Afavitam), Dario Scott. A Prefeitura planeja construir uma praça no local.

Durante a tarde, os familiares das vítimas realizaram uma manifestação no Aeroporto de Congonhas em memória de um ano da maior tragédia da história da aviação brasileira. Parados em frente ao balcão de check-in da TAM eles reivindicaram punição para os responsáveis pelo acidente e indenização para os familiares das vítimas.

Carregando placas de plástico com frases de protestos – como, por exemplo, “Exigimos o fim do caos aéreo e do medo de voar” – os manifestantes promoveram um minuto de silêncio em homenagem aos mortos. Após a manifestação, os familiares seguiram para o local onde caiu o Airbus A320, no dia 17 de julho de 2007, para realizar o ato ecumênico.

Porto Alegre

Em Porto Alegre, cerca de 400 pessoas participaram de uma missa em homenagem às vítimas na Catedral Metropolitana de Porto Alegre. A celebração também começou no horário em que a tragédia completou um ano.

O arcebispo Dadeus Grings ofereceu conforto aos familiares e amigos citando as frases bíblicas “O coração humano não pode imaginar o que Deus preparou para seus eleitos”, de São Paulo; “Vinde a mim todos vós que estais fatigados sob o peso de vossos fardos”, do Evangelho de São Mateus , e “Quando vem a noite, anseia por ti a minha alma”, do profeta Isaías.

“Nós nos consolamos com a nossa fé; não vemos, mas sabemos que a vida prossegue”, reiterou, durante o sermão. Presente à cerimônia, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal José Néri da Silveira, que perdeu o filho, o advogado Paulo de Tarso Dresch da Silveira, encontrou explicação semelhante. “Somente a fé nos pode confortar e dar força para conviver com uma situação emocional dessa natureza”, afirmou.

O comerciante Moysés Vieira, um dos filhos da aposentada Mery Vilma Garske Vieira, morta na tragédia, também atribuiu à união da família e a crença em Deus a força para enfrentar a saudade e levar a vida adiante.

Antes da liturgia, tanto Néri da Silveira como Moysés Vieira estiveram no plenarinho da Assembléia Legislativa para participar do descerramento de uma placa confeccionada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio Grande do Sul (Sinapers) em homenagem aos que viajavam a São Paulo para participar do lançamento do Movimento Nacional contra o Calote Público.

O grupo tinha sete associadas do Sinapers, conhecidas como tricoteiras dos precatórios, o advogado Paulo de Tarso, a secretária Catilene Maia Oliveira e a jornalista Kátia Escobar, assessora de imprensa.

Fonte: Último Segundo

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