Autuada pelo barulho dos seus sinos, acima dos decibéis permitidos pela lei do silêncio, a Paróquia São Pedro de Alcântara, no Lago Sul, um dos bairros mais sofisticados de Brasília, está ameaçada de ter de buscar outra forma de convocar os fiéis para missas e atos litúrgicos.

A autuação foi feita pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e a igreja tem até o dia 15 para se defender, ou silenciar os sinos. O descumprimento pode ocasionar multa de R$ 200 a R$ 20 mil.

A medida teve origem na reclamação de um vizinho da igreja, o procurador Vicente Martins da Costa Júnior, da Procuradoria-Geral do Distrito Federal. Ele se diz incomodado com as badaladas, que ocorrem quatro vezes por dia (8h15, 12h, 15h e 18h).

O pároco Givanildo dos Santos Ferreira lamentou: “Não queremos dar ideia errada de conflito, ou guerra santa contra um herege, mas não vamos abrir mão do nosso direito à liberdade de manifestação religiosa.”

A direção do Ibram abriu a investigação por insistência do morador, que reclamou por quatro meses até ser atendido por uma blitz do órgão. O teste dentro do imóvel de Costa acusou 62 decibéis, acima do limite de 50.

Os paroquianos fizeram um abaixo-assinado em defesa do badalar. Representantes de igrejas evangélicas manifestaram solidariedade ao pároco.

A casa do procurador, protegida por muros altos, rede eletrificada e dois cães Rottweiler, dá de fundos para a igreja. Procurado, Costa não foi encontrado.

Fonte: Estadão

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