A bancada do PSC conta com 14 deputados na Casa, incluindo o Pastor Marco Feliciano (SP), e integra a bancada evangélica, que representa um público estratégico para a presidente Dilma Rousseff na sua campanha à reeleição.

A insatisfação com a condução política do governo Dilma afastou mais um partido da base aliada. Nesta quarta-feira (12), o PSC decidiu tornar-se bancada “independente” em relação ao Planalto. Não vai mais enviar representantes às reuniões da base governista na Câmara e no Senado, o que, na prática, significa um desembarque da aliança com o PT. “Não haverá oposição pela oposição. Se o governo entender que deve nos convidar, vamos estar à disposição”, disse o líder do partido na Câmara, André Moura (SE). Até então o PSC era presença certa nos encontros. “Ninguém quer saber da Dilma, não, a gente quer cair fora”, explicitou outro deputado do PSC.

Hoje, a bancada do partido no Congresso, formada por 14 deputados e um senador, debateu a portas fechadas os problemas da aliança por cerca de uma hora. O líder André Moura adota uma postura amistosa, mas deputados do PSC dizem que a intenção é romper com Dilma. Eles afirmam, no entanto, que a posição não tem qualquer relação com a declaração de “independência” do PMDB.

O PSC faz parte do chamado blocão, liderado pelo PMDB e outros partidos que se declaram agora independentes em relação ao governo Dilma, como o PR e o PTB. Ontem (11) a bancada na Câmara já fez coro com a oposição, ao votar a favor da criação da comissão externa que vai apurar denúncias de corrupção envolvendo funcionários da Petrobras.

Outro gesto que revela a ruptura da aliança com Dilma é a barreira imposta à formação de alianças nos estados. Nas últimas eleições, quase todos os candidatos do PSC formam aliados regionais do PT. Em fevereiro deste ano, a Executiva Nacional publicou uma resolução em que orienta os diretórios regionais a lançar candidaturas próprias e formar chapas completas. A definição de coligações com outras legendas deve, obrigatoriamente, passar pela aprovação dos membros da Executiva. A meta é eleger 30 deputados federais em outubro.

O documento ainda prevê punição para quem se negar a fazer campanha para os candidatos do PSC ou apoiar candidatos federais de outras legendas, sob risco de perder o registro de candidatura ou, no caso de vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, responder a processos de expulsão do partido com imediata perda do mandato.

O partido, que ganhou maior visibilidade no ano passado com as polêmicas envolvendo o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), pretende lançar o pastor Everaldo à Presidência da República. Na primeira pesquisa divulgada pelo Datafolha com o nome do religioso, há duas semanas, o pré-candidato do partido aparece com 3% das intenções de voto, atrás de Dilma (PT), Aécio (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Pastor da Assembleia de Deus, Everaldo Pereira é vice-presidente nacional do PSC, pai do deputado Filipe Pereira (PSC-RJ) e é quem manda de fato no partido.

No total, dos 513 deputados federais, 70 parlamentares de 15 partidos formam a bancada evangélica na Câmara.

[b]Pastor Everaldo Pereira para presidência da República[/b]

A candidatura do pastor Everaldo Dias Pereira (PSC) à presidência da República em outubro poderá ser um fator decisivo na corrida para o Palácio do Planalto. Segundo especialistas, os votos que muitos evangélicos depositarão no pastor poderá levar as eleições ao segundo turno.

Atualmente, os maiores adversários de Dilma Rousseff são o senador Aécio Neves (PSDB) e a dobradinha formada pelo governador pernambucano Eduardo Campos e a missionária Marina Silva, ambos do PSB. Segundo as pesquisas atuais, Dilma se reelegeria no primeiro turno, feito alcançado recentemente apenas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha de 1998.

[img align=left width=300]http://noticias.gospelmais.com.br/files/2014/03/pastor-everaldo-dias-pereira-200×133.jpg[/img]O eventual crescimento da campanha do pastor Everaldo poderia fazer com que a eleição fosse decidida apenas numa segunda votação, diz o cientista político Cláudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas: “Everaldo tem o maior porcentual dos candidatos nanicos. Deve conquistar mais alguns pontos junto ao eleitorado evangélico e ajudar a levar Eduardo Campos ou Aécio Neves para o segundo turno”, afirmou.

Numa entrevista à revista Carta Capital, o pastor negou que esteja blefando sobre a candidatura a fim de conseguir cargos num eventual segundo mandato de Dilma: “Vou até o fim. Tenho pouco mais do que uma atiradeira e uma pedrinha, mas acredito em milagres”, comentou o pastor, fazendo referência à passagem bíblica em que Davi derruba Golias.

Um dos temas preferidos do pastor é a luta contra a aprovação do aborto: “Todos sabem: defendo a vida desde a concepção e a família como está representada na Constituição, a união de um homem com uma mulher. Não tenho medo de expor minhas posições”, disse Everaldo Pereira.

Para o PT, as posições do pastor, que serão divulgadas durante a campanha, poderá favorecer seus maiores adversários: “O PSDB não precisará se desgastar falando contra o aborto, por exemplo. Everaldo fará isso por eles”, comentou o deputado federal petista Nilmário Miranda, ex-ministro dos Direitos Humanos de Lula.

Já em busca de apoios, o pastor tem viajado bastante divulgando sua pré-candidatura: “Como disse, acredito em milagres. Mas sei que nada cai do céu sem trabalho”.

[b]Fonte: UOL, Extra Alagoas e Gospel+[/b]

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