Os debates realizados em Brasília em torno de um recente projeto de lei apresentado pela Bancada Evangélica têm repercutido também no restante do país.
O projeto é do deputado João Campos (PSDB-GO), líder da Bancada Evangélica na Câmara. Ele sugere a alteração de dois artigos do Conselho Federal de Psicologia, o que permitiria o tratamento da homossexualidade como um transtorno.
Algumas religiões defendem que é possível reestabelecer a heterossexualidade através da fé. A Comunidade Evangélica Luterana Renovada, por exemplo, prega que os trabalhos de cura interior e libertação compreendem os considerados desvios de conduta, como a dependência química, a depressão e também a homossexualidade.
“O que a gente faz é embasado na palavra de Deus. Tudo que está na Bíblia é equilíbrio, não podemos radicalizar”, defende o pastor da Comunidade Luterana, André Paim Praessler. Em entrevista ao Sul Notícias, ele disse que a demanda por essa libertação é crescente.
Para atender melhor a todos os homossexuais que procuram o grupo na esperança de se “curar”, o pastor conta que está capacitando membros da igreja para atuar na segmentação. Além disso, ele pretende participar de um ministério focado no atendimento a homossexuais para aperfeiçoar o trabalho.
André destaca que o tratamento é para quem tem desejo de passar por essa transformação e que ele só é eficiente se a pessoa estiver realmente disposta a mudar de vida.
“Quem vem com o interesse de mudar de vida, consegue. Mas não adianta a pessoa sair da igreja e continuar com a vida de antes, tem que haver mudança”, diz ele.
O pastor informou que o tratamento é baseado nos ensinamentos bíblicos e que a vivência de cada um é trabalhada de modo individual. “Nós fazemos um mapeamento de tudo que a pessoa viveu e trazemos a realidade dela à luz da Bíblia. Um grande percentual sofreu alguma violência sexual, por isso tem aversão ao sexo oposto”, explica.
Clér Seijo, que há oito anos buscou a transformação, garante a eficácia do método religioso. Hoje Clér é casado, tem dois filhos e é pastor na mesma congregação que André Paim.
“Eu fui progredindo com o tempo. Mudei a maneira como me vestia, minhas companhias. Ninguém me ensinou, as mudanças foram automáticas. O homossexualismo não é doença, mas se fosse Jesus também curaria”, contou em entrevista ao Sul Notícias.
O tratamento trabalha a homossexualidade como uma falta de identidade sexual, que pode, inclusive, ter sido criada pela estrutura familiar em que a pessoa cresceu.
“O pai tem que mostrar que ele é o homem da casa. Ele não faz isso batendo na mãe ou ficando o dia inteiro no bar, mas assumindo a responsabilidade do lar e conversando com os filhos”, esclarece o pastor André.
O pastor informou também que homossexuais que não aderiram ao trabalho de transformação frequentam a igreja em que ele atua, sem diferenciação.
Na última segunda-feira, 7, em entrevista ao programa CQC, TV Band, o deputado Jean Wyllys declarou-se contrário a qualquer tratamento que prometa a “cura” para a homossexualidade e mostrou-se indignado com o projeto da bancada evangélica.
Segundo o parlamentar, as clínicas de terapêuticas usam métodos violentos contra os homossexuais, que incluem violência psicológica e física.
A matéria trouxe também entrevista com a fundadora da igreja Cidade Refúgio, Lanna Holder. Ela contou já ter feito de tudo para se livrar do homossexualismo e disse que, mesmo quando era casada, tinha que relutar contra seus desejos.
Hoje ela vive com Rosania Rocha e administra a igreja que fundou, que é a primeira igreja do Brasil voltada aos homossexuais.
[b]Fonte: The Christian Post[/b]