Amada por muitos, odiada por tantos outros, a nova série do Netflix “13 Reasons Why” (“13 Razões Por quê”) é uma das mais comentadas no momento e, por essa razão, o pastor Russell Moore está exortando os pais cristãos de adolescentes e os líderes do ministérios de jovens das igrejas a estarem preparados para responder aos questionamentos levantados por programas como este, que falam sobre o tema complexo, que é o suicídio.
[img align=left width=300]https://thumbor.guiame.com.br/unsafe/smart/media.guiame.com.br/archives/2017/04/30/2110333358-.jpg[/img]Em um editorial publicado em seu site, Moore – que é presidente da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Batista do Sul, disse que, embora não queira que seus próprios filhos vejam a série, ele acredita que a controvérsia em torno do programa “pode servir como uma oportunidade para os cristãos expressarem a graça e o amor de Deus”.
“Se a série mostra alguma coisa, é que há várias razões por trás da escuridão que pode levar à morte, ao suicídio”, disse ele. “Talvez esta controvérsia leve os amigos, os pais e os líderes de jovem a falarem sobre o suicídio, para sinalizar aos que estão em apuros que eles não estão sozinhos e não serão julgados, se procurarem ajuda nesta área. Talvez leve os pais ou amigos de adolescentes a falarem sobre o que fazer se alguém começar a ver ‘razões’ para o desespero, abrindo um diálogo, explicando que podem compartilhar fardos com e que estarão felizes em ajudar a suportá-los”.
A série “13 Reasons Why”, produzida por Selena Gomez e baseada no famoso livro de iJay Asher, segue a história de Hannah Baker (Katherine Langford), que tira a sua própria vida, depois de enfrentar uma série de experiências traumáticas no ensino médio. Antes de sua morte, ela grava 13 fitas para dar aos indivíduos que ela diz que “desempenharam um papel importante em seu suicídio”.
Os apoiantes da série a elogiaram por ela fornecer uma oportunidade de discutir sobre o risco de suicídio com adolescentes, dado o aumento da taxa deste tipo de morte em todo o país.
No entanto, os que críticam a série dizem que ela pode afetar negativamente os jovens que já estão lutando com pensamentos suicidas ou desencadear um “contágio suicida”, pelo fato do roteiro apresentar que a decisão de tirar a própria vida é “meramente uma opção” e não uma atitude equivocada.
Moore concorda que a série é “perigosa”, porque retrata o suicídio simplesmente como uma “válvula de escape”.
“Para provocar tragédias na vida de adolescentes magoados, ninguém precisa tornar o suicídio glamouroso. Só precisa tornar o suicídio uma opção plausível”, explicou. “Eu temo que ’13 Reasons Why’ poderia alimentar a atração pelo suicídio em alguns, porque o próprio enredo promove a ilusão de que o suicídio está ‘consertando alguma coisa”.
Ele acrescenta: “A ‘estrela’ da série ainda é a adolescente que que tirou a própria vida. Isso não mostra a verdade sobre o suicídio – e a dramatização do suicídio como mudança de história pode ser mortal para alguns”.
Em última análise, Moore disse que espera que os cristãos ajam “como o tipo de igreja que proclama a vida e esperança para aqueles que vêem a morte como sua única saída”.
“Nem todos os adolescentes suicidas são loucos ou perturbados mentais”, disse ele. “Eles são nossos irmãos e irmãs, nossos filhos e filhas e, como todos nós, eles têm dificuldade em ver a saída para algo no momento”.
Ele concluiu: “Pode ser que você se sinta como se estivesse enfrentando seu próprio drama na escuridão. Talvez você seja um cristão e se sinta mal por pensar assim, mas você quer que a morte interrompa sua história. Se este é o seu caso, não assista a esta série sozinho. Procure ajuda. A vida pode parecer desesperadora para você, mas você tem uma vida que vale a pena viver. Há um trilhão de razões para isso”.
[b]”Justificativa”
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Em um editorial publicado na ‘Vanity Fair’ na semana passada, o autor da série “13 Reasons Why”, Nic Sheff explicou que eles escolheram mostrar o suicídio de Hannah e incluir uma cena gráfica de sua morte “para dissipar o mito da tranquilidade”.
“Desde o início, concordei que devemos descrever o suicídio com o máximo de detalhes e precisão possível, até mesmo discuti-lo – relatar a história de minha própria tentativa de suicídio para os outros escritores”, explicou ele.
“Pareceu-me a oportunidade perfeita para mostrar com o que realmente se parece um suicídio – para dissipar o mito do silêncio à deriva”, acrescentou. “Parece-me que a coisa mais irresponsável que poderíamos ter feito seria não mostrar a morte em detalhes”.
[b]Fonte: Guia-me[/b]