Pastor Ricardo dos Santos, líder da Igreja Casa de Oração (Foto: Reprodução)
Pastor Ricardo dos Santos, líder da Igreja Casa de Oração (Foto: Reprodução)

O líder religioso Ricardo dos Santos, pastor da Igreja Casa de Oração, recebeu uma condenação em segunda instância no sistema judiciário paulista por incitar o ódio contra a comunidade LGBTQIA+.

A sentença, divulgada em 5 de dezembro, estabeleceu que o líder religioso deverá compensar o Fundo Estadual de Interesses Difusos com o pagamento de R$ 40 mil por danos morais coletivos.

Conforme a ação movida pelo Ministério Público, o pastor propagou ideias discriminatórias contra pessoas LGBT ao insinuar que seriam punidas severamente por Deus.

“Vocês serão esmagados na ira do senhor um dia”, afirmou o pastor, em culto realizado em 2021 na cidade de Lençóis Paulista, no interior de São Paulo. “Não por nós, viu militantes? Vocês serão esmagados na ira do senhor. Não na nossa. Porque a nossa batalha não é contra pessoas. Mas contra artimanhas de Satanás, que vem para afetar vocês.”

Na defesa apresentada à Justiça, o pastor disse que “em momento algum incitou ódio ou perseguição a quem quer que seja”.

Ele afirmou ter apenas apresentado sua convicção religiosa e compartilhado sua perspectiva sobre a ideologia de gênero, enfatizando que “a Bíblia diz que Deus fez o homem macho e a mulher fêmea”.

“Ao fazer menção à convicção e fé religiosa não há que se dizer que ele esteja promovendo transfobia”, declarou o advogado Ézeo Júnior, que representa o pastor.

De acordo com a defesa, as frases citadas pelo Ministério Público foram tiradas do seu contexto. “Ele não se referia à comunidade LGBTQIA +, mas aos membros da própria igreja que apoiam a ideologia de gênero”.

O desembargador Theodureto Camargo, relator do processo no Tribunal de Justiça de São Paulo, afirmou que o fato de o pastor fazer menção a várias passagens bíblicas não afasta sua conduta ilegal em incitar ódio contra a comunidade LGBTQIAP+”. Camargo classificou o discurso do pastor como preconceituoso e ofensivo. O pastor ainda pode recorrer.

Com informações de Folha de S. Paulo

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