O pastor Luiz de Jesus, da igreja evangélica Catedral da Família, em Palmas (TO), enfrenta denúncias após orar pela sexualidade de uma adolescente de 13 anos durante um culto. Um vídeo do episódio, publicado nas redes sociais da igreja, gerou acusações de homofobia e “cura gay”. Além disso, o pastor também foi citado por um suposto caso de curandeirismo envolvendo uma idosa.
O vídeo, gravado no dia 26 de novembro, mostra o pastor orando pela adolescente, referindo-se a um “demônio” que teria influenciado sua sexualidade. Luiz afirma que Deus revelou que a menina deveria mudar seu comportamento, vestir-se como mulher e que seu desejo por homens seria restaurado.
A publicação provocou grande repercussão negativa e foi excluída horas depois. O Coletivo SOMOS, um grupo político que defende direitos da comunidade LGBTQIA+, apresentou denúncia ao Ministério Público do Tocantins (MPTO), alegando violação de direitos humanos.
Declarações da Família
O pai da adolescente defendeu o pastor, afirmando que a oração foi mal interpretada e que não houve relação direta entre a menção a demônios e a sexualidade de sua filha. Segundo ele, o pastor se referia a pesadelos que estavam tirando o sono da jovem.
“A questão lá era da insônia, que ela estava sem dormir há meses. A palavra demônio não foi associada à escolha sexual dela”, declarou.
A família também destacou sua fé cristã e defendeu o direito de culto, garantido pela Constituição Federal.
Declarações do Pastor
O pastor Luiz de Jesus negou que a oração tenha tido cunho discriminatório ou relação com uma “cura gay“. Ele alegou que o vídeo foi editado de maneira que distorceu os fatos e reafirmou que estava tratando de questões espirituais ligadas aos pesadelos da jovem.
“Estão jogando para o outro lado, desvirtuando a coisa. Eu não fiz nada de errado. A menina e a família estão felizes”, declarou Luiz, acrescentando que possui a gravação completa do culto para comprovar sua versão.
Acusações de Curandeirismo
Outro ponto levantado na denúncia envolve um vídeo em que uma idosa aparece vomitando em um balde após uma oração, com o pastor declarando que ela havia “vomitado o câncer”. Segundo Luiz, o evento foi mal interpretado e complementou que a fiel buscou ajuda médica após a oração, confirmando sua cura posteriormente.
“Eles procuraram a medicina depois da oração e ela está curada. Não desencorajamos ninguém a buscar tratamento médico”, disse ele.
Luiz relatou estar enfrentando ameaças de morte e grande pressão desde que o caso se tornou público. Ele afirmou estar disposto a colaborar com a Justiça e que não teme os desdobramentos legais.
O MPTO confirmou que recebeu uma denúncia formal por possível violação de direitos fundamentais, encaminhando o caso para a 15ª Promotoria de Justiça da Capital, responsável pela defesa dos direitos humanos e das minorias.
Organizações de defesa LGBTQIA+ pedem que o caso seja investigado como um exemplo de homofobia, enquanto líderes religiosos e fiéis da Catedral da Família defendem o pastor, classificando as acusações como ataques à liberdade religiosa.
Folha Gospel com informações de G1

