Por cerca de uma hora, o vereador Jorge Ricardo Xavier (PRB) prestou depoimento no Ministério Público (MP) ontem. Ele foi dar a sua versão ao promotor João Marcos Adede y Castro sobre a suposta cobrança de parte dos salários de seus assessores para eventos comunitários realizados por seu gabinete nas vilas e bairros da cidade.
Jorge Ricardo, que é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, negou que obrigasse seus funcionários a doar parte dos salários e reafirmou que a colaboração era espontânea.
Ele não quis que a imprensa acompanhasse o depoimento e também não falou na saída do MP. O seu advogado, Sergio Teixeira, disse que o vereador fez alguns esclarecimentos ao promotor e que foi dado ao caso um “outro contexto diferente do real”.
– O fato não existe de forma nenhuma. O vereador não coagiu ninguém, não pediu dinheiro para ninguém. – garante o advogado.
Já Adede avalia que o depoimento voluntário do pastor não mudou sua posição quanto ao inquérito. Segundo o promotor, as testemunhas ouvidas, inclusive um pastor da Igreja Universal, teriam confirmado a denúncia.
– Ele não precisava ter vindo depor. Isso é apenas uma investigação. Às vezes, os investigados depõem e acontece da pessoa convencer e o inquérito ser arquivado, mas não foi o caso hoje (ontem) – diz Adede.
Outra questão que está sendo investigada, segundo o promotor, é o suposto fato de pelo menos três dos seis assessores do vereador não trabalharem na Câmara, mas, sim, na igreja em que Jorge Ricardo é pastor. Eles seriam “obreiros” da instituição.
Maciel – O presidente da Câmara, João Carlos Maciel (PMDB), está sendo investigado por fato parecido com o envolvendo o pastor. Ele faria suposta cobrança dos salários de assessores para manter seu programa social. O promotor deve entrar com ações contra os dois vereadores nos próximos dias. No caso de Maciel, estaria faltando apenas analisar a quebra dos sigilos fiscal e bancário do vereador, que ainda não chegaram ao MP. Já o inquérito sobre o pastor está praticamente concluído com o seu depoimento.
Os dois casos serão enviados à promotoria criminal para averiguar se os vereadores cometeram algum crime em relação às denúncias.
Fonte: Diário de Santa Maria/RS