Vários santa-cruzenses amigos do pastor Armindo Müller se preocuparam ao saber da tragédia que assolou a região serrana do Rio de Janeiro na noite da quarta-feira, dia 12.

Isso porque o pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) vive com a esposa Marina em Nova Friburgo, onde a chuvarada causou a destruição de grande parte da cidade e a morte já confirmada de mais de 300 pessoas. Sem sistema de comunicação, os primeiros contatos só foram conseguidos na tarde do dia seguinte, quinta-feira, quando o casal comunicou que estava bem, porém abalado pelas cenas de destruição presenciadas.

Agora passando uns dias na cidade do Rio de Janeiro, Armindo Müller recorda as cenas da noite da chuvarada e o caos dos dias seguintes. Em entrevista à Gazeta do Sul, ele disse que acordou no meio da noite e viu que a interseção de ruas na frente do prédio onde mora havia desaparecido. Uma correnteza forte arrastava o que havia pela frente e alguns carros estacionados foram empurrados e outros cobertos pela água. “Não se via as gotas de chuva, parecia que a água era derramada de balde”, relatou.

Os apartamentos do seu edifício não foram atingidos pela água, mas as lojas do andar térreo acabaram inundadas e um lamaçal ficou no local quando a água baixou. “No dia seguinte saímos para ver o que havia acontecido e vimos encostas caídas que soterraram pessoas, vilas inteiras desaparecidas e ruas que haviam deixado de existir”, contou. “A Praça do Suspiro, que era o lugar turístico da cidade, desapareceu por completo, ficou igual a uma lavoura lavrada, não se via nada além de terra e barro”, lembra. “O rio já havia baixado, estava de volta ao seu leito, mas quase não se conseguia pisar na rua.”

O templo da IECLB de Nova Friburgo também não sofreu destruição graças a uma grade de ferro que protege a construção. Porém, o pátio foi transformado em uma área de lodo. “A água inundou a igreja e o salão na área externa, mas não destruiu. Foi só sujeira, barro e água.” Ele acredita que não houve falecimento de nenhum amigo próximo nem de membros da Igreja, mas salienta que todos foram atingidos de alguma forma porque a calamidade foi geral. “A cidade de Nova Friburgo não existe mais como existia. E para reconstruir, vai ser um tempo longo.”

Mesmo com o trabalho intenso do Exército, Marinha e outras equipe de ajuda, a situação continua precária. “Faltam água e luz, os bancos estão fechados e as lojas também, não tem internet, nem correio, nem telefones”, comentou. “O acesso à cidade está prejudicado e só carros pequenos podem passar.”

[b]Fonte: Estadão[/b]

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