Um pastor na China está usando a tecnologia para driblar a vigilância do governo comunista e realizar cultos e se comunicar com sua igreja de forma online.
Em entrevista ao International Christian Concern (ICC), organização cristã que monitora a perseguição no mundo, Gianni, líder de uma igreja doméstica em Chengdu, revelou os desafios enfrentados pelos cristãos chineses em meio às crescentes restrições do Partido Comunista.
No dia 1º de março, uma nova lei chinesa entrou em vigor, decretando a proibição de cultos online e o compartilhamento de qualquer conteúdo religioso na web.
Todo tipo de encontro online de cunho religioso, desde uma simples reunião até uma pregação são considerados atos “fora da lei” e passíveis de punição.
Em um contexto onde as igrejas domésticas, que não possuem permissão do governo para funcionar, são perseguidas, fechadas ou seus líderes são presos, a internet se torna a único modo de manter a igreja viva e a comunhão entre os irmãos.
“Quando as igrejas domésticas são reprimidas, há pelo menos uma conexão básica entre a equipe de liderança e a congregação, ou entre membros. Dessa forma, o grupo não se dispersará completamente se for atingido. Sem internet, a reunião e o vínculo entre os cristãos seria muito fraco, disperso e em menor escala”, explicou o pastor Gianni.
Segundo ele, através da internet, sua igreja, que é fortemente perseguida, pode manter cultos online com mais de 500 participantes.
Estratégia para contornar a vigilância
Para que isso aconteça de forma secreta , o líder usa um servidor do exterior para driblar a vigilância online do PCC, onde o governo não pode obter informações do usuário.
“Não tenho medo da investigação secreta do governo. Nossa fé é ‘declare com sua boca e creia em seu coração’, testificando publicamente por Ele em nome de Jesus Cristo”, afirmou Gianni.
O líder observou que não é difícil contornar a vigilância comunista na web. “Para monitorar completamente uma pessoa o dia todo, você precisa de uma enorme mão de obra, recursos e tecnologia refinada. Nosso governo é incapaz de fazer isso no momento”, disse.
Enfrentando a perseguição
O pastor Gianni já foi detido muitas vezes pelas autoridades e foi perseguido de diversas formas por não se submeter às restrições do governo.
A eletricidade e a água de seu apartamento já foram cortadas pelas autoridades e o proprietário da cresidência o ameaçou repetidas vezes.
Em meio à perseguição, o líder diz que continuará servindo a Deus e a sua igreja. “Embora as igrejas domésticas na China tenham sofrido uma tremenda repressão, ela não chegou ao ponto de eu perder minha liberdade ou minha vida estar ameaçada”, declarou.
“Já que não perdi a fé, tentarei continuar vivendo minha vida para fazer o seguinte: compartilhar o Evangelho com as pessoas com liberdade e alegria, receber novos irmãos e irmãs e discipliná-los, e enviar pregadores para plantar igrejas”.
Fonte: Guia-me com informações de International Christian Concern