A superintendente da Igreja Morava, pastora Cora Antonia, recebeu, hoje, manifestações de solidariedade, depois de denunciar autoridades civis e militares que, embora saibam da existência de grupos narcotraficantes na região norte do país, nada fazem.

A pastora chegou a indicar onde se encontram os maiores narcotraficantes: a 62 quilômetros ao sul de Puerto Cabezas, capital da costa caribenha.

Na terça-feira passada, monomotor que transportava cocaína, caiu na localidade de Walpa Siksa. Um grupo de narcotraficantes e de misquitos,pagos pelos marginais, emboscou patrulha da Força Naval e da polícia, causando cinco baixas.

Pastor moravo que combatia o narcotráfico nas suas homilias foi obrigado a deixar Walpa Siksa, por medida de segurança. Cora destacou que o governador regional, Reunaldos Francis, o prefeito do município de Prinzapolka, policiais e militares da região sabem da existência de narcotraficantes, que se movimentam pelas ruas e avenidas dirigindo carros luxuosos, vivem em mansões e têm base em várias comunidades, aproveitando-se da extrema pobreza da população.

O governador reagiu às denúncias da pastora, proferidas em entrevista coletiva de imprensa. Francis alegou que os indígenas não dispõem de laboratórios para fabricar a droga e, por isso, não se pode chamá-los de narcotraficantes.

Francis alegou, ainda, que não tem conhecimento sobre o tipo de negócio desenvolvido pelos habitantes das mansões. O chefe da polícia, Julio Rugama, alegou que não conhece quem são os traficantes da região.

O pastor Leonardo Cuolson, da Igreja Batista, apoiou a colega morava. Afirmou que a culpa da situação é o abandono histórico que a região vem sofrendo governo após governo. “A corrupção carcomeu as autoridades locais”, denunciou.

O ex-presidente da República, o escritor Sergio Ramírez, advertiu que ainvasão do narcotráfico na costa caribenha, envolvendo também colombianos, coloca em perigo a soberania e integridade nacional. Ele sugeriu que o presidente Daniel Ortega introduza políticas públicas que busquem o consenso nacional, com o intuito de combater o crime organizado.

Fonte: ALC

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