Uma pesquisa revelou que 49% dos pastores brasileiros se sentem estressados ou muito estressados devido ao aumento das demandas ministeriais durante a pandemia. Além de precisarem reinventar o que já faziam anteriormente, os líderes estão lidando com um maior volume de trabalho pastoral.
O estudo foi realizado pela Envisionar com 306 pastores de 45 denominações, de todas as cinco regiões do Brasil, com o propósito de conhecer o grau de estresse causado durante a pandemia da Covid-19 e as maiores necessidades dos líderes evangélicos.
Os 49% dos pastores que se sentem estressados relatam que o motivo é que estão sozinhos ou existem poucos líderes para lhes ajudarem no ministério. A pesquisa afirma que os líderes já estavam cansados antes da crise pandêmica e a situação só se agravou com a Covid-19.
“Muitos deles não suportaram a demanda da pandemia e simplesmente abandonaram suas posições de liderança. Alguns até foram para outras igrejas pela necessidade de se abastecerem. Isto fez com que muitos pastores ficassem ainda mais sobrecarregados”, apontou o relatório da Envisionar.
Os outros 44% dos pastores entrevistados na pesquisa se dizem pouco estressados e apenas 8% afirma não sentir estresse. Parte destes líderes possuem equipes maiores, onde mesmo sob pressão as tarefas são bem divididas. Outra parte são pastores de igrejas muito pequenas, com menos de 50 membros, onde as demandas pastorais são menores.
A falta de novos líderes já é um problema antigo da Igreja brasileira, segundo a Envisionar. O levantamento revelou que para cada 2 pastores ou líderes entre 40 a 60 anos de idade, se tem apenas um pastor ou líder abaixo de 40 anos de idade para substituí-los.
“Este reflexo já tem sido percebido em diversas igrejas que entram em crise por falta de liderança, e acabam vivendo processos de ruptura e não de transição. Na ruptura uma geração de líderes mais idosos segura a liderança até não aguentar mais. A igreja vive uma crise profunda, surge uma nova geração que começa tudo do zero. Na transição, a igreja se preocupa em ter um programa de desenvolvimento constante de líderes e promove a passagem do bastão de uma geração para outra sem que haja descontinuidade”, indicou o relatório.
Para 44,1% dos líderes cristãos que se sentem estressados na pandemia, a solução para o problema é investir na capacitação ministerial da nova geração. 30,3% diz que a mentoria ajudaria neste momento, outros 29,1% pedem aconselhamento, 26,1% terapia, 14,7% consultoria e 11,7% coaching cristão.
O estudo da Envisionar concluiu que: “A ajuda de mentoria ou terapia pode dar direção e equilíbrio de vida. No entanto, se os pastores e líderes não atacarem o desafio de capacitar líderes, suas vidas continuarão estressadas por muito tempo. Este não é um problema que se resolve rápido, mas se o primeiro passo não for dado, jamais será resolvido”.
A Envisionar é uma organização que trabalha para capacitar e ajudar líderes cristãos a cumprirem sua chamada e ministério.
Fonte: Guia-me