Após a prisão dos fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, bispo Estevam Hernandes e a esposa Sônia Hernandes – acusados de lavagem de dinheiro e diversos outros crimes -, líderes de igrejas evangélicas locais afirmam que entidades religiosas não podem ter pendência nenhuma com a Justiça, mas que o erro de uma pessoa não é motivo para condenação de todo o rebanho.
Para o pastor Agostinho Ribeiro, da Igreja Batista do Bosque, a igreja tem que ser modelo e dar exemplo de relacionamento às demais instituições. “Um pastor ou igreja não pode desrespeitar as leis, muito pelo contrário, devemos fazer mais do que a Justiça pede”, comenta Agostinho.
Ele diz que o cumprimento da lei está entre os princípios seguidos pela administração da IBB. “Todos os nossos funcionários são remunerados e trabalham com carteira assinada, tomamos todas as decisões respeitando a legislação brasileira”, afirma.
O pastor acredita que o fato não irá manchar a imagem das igrejas evangélicas do Estado, e diz que a mídia exagerou na repercussão do caso. “As pessoas sabem distinguir o que é certo e errado, há um certo desgaste para os evangélicos, mas as pessoas são esclarecidas e sabem tomar suas decisões certas e isso não irá prejudicar nenhuma igreja evangélica”, destaca.
O líder da Igreja Missão Batista para os Povos, pastor Ely Paulo de Souza, esclarece que a Bíblia não diz que o homem não pode enriquecer, mas que o mal está em amar o dinheiro. “O bispo Estevam errou por não declarar a quantidade de dinheiro que portava, mas isso não significa que todos os membros da igreja estão errados”, enfatiza.
Mesmo assim, Ely diz que é necessário averiguar o caso, e, se os fundadores da Igreja Renascer realmente forem culpados, devem ser sujeitos às punições da lei. “As autoridades são ministros escolhidos por Deus, e todos os homens estão sujeitos às autoridades superiores”, ressalta.
Fonte: Página 20