Pastores de distintas igrejas tradicionais e instituições educacionais, na Nicarágua, querem reativar o Bloco Evangélico e rechaçam colegas que, em nome do povo evangélico, abençoam candidatos presidenciais.

O professor e teólogo batista Carlos Villagra comentou que é vergonhoso que certos lideres evangélicos apareçam no cenário político abençoando fórmulas eleitorais. O pior, acrescentou, é que organizações religiosas pedem seguro social para pastores jubilados, uma obrigação que é delas mas que procuram repassar ao Estado.

“Eu me envergonho que alguns líderes evangélicos levantem bandeiras, como pastores, a favor de determinados partidos, e quando alguém deles recebe um benefício, alguma prerrogativa fica comprometida e é vergonhoso que igrejas e líderes estejam comprometidos”, disse o teólogo ao matutino “El Nuevo Diario”, no domingo, 1 de outubro.

“A atitude dos pastores deve ser crítica, porque acontece que em todas as confissões a membresia tem distintas ideologias. Há certos pastores que andam muito próximo dos candidatos porque estão em sintonia com os seus interesses pessoais, e se esquecem de ser críticos”, expressou Villagra.

“Uma organização séria e responsável assume o seguro social de seus pastores jubilados. Alguns candidatos prometem cumprir tais petições, se ganharem, o que indica que é uma forma de enganar aqueles religiosos humildes que pensam que assim resolverão o problema”, afirmou em outra parte da entrevista.

Diante dessa atitude de petições, líderes de igrejas tradicionais e universidades cristãs tratam de reativar o Bloco Evangélico, que rechaça essa política pedinte. O presidente da Igreja Assembléia de Deus, pastor Saturnino Cerrato, uma das maiores do país, disse que oram e jejuam para que as votações ocorram com tranqüilidade no dia 5 de novembro e os candidatos sejam eleitos pela vontade de Deus.

Consultado a respeito dos pastores que pediram ajuda aos candidatos dos partidos sandinistas e liberais, Villagra respondeu desconhecer as motivações deles. “Como pastores de igrejas devemos ter o cuidado de não manter uma afiliação direta com um partido, porque nas igrejas há fiéis de todas as idéias políticas”, enfatizou.

Nesta semana foi realizada a segunda sessão de trabalho de líderes da Aliança Evangélica Nicaragüense, o Conselho Nacional de Pastores Evangélicos da Nicarágua, o Centro Intereclesial de Estudos Teológicos e Sociais, Ação Médica Cristã e o Conselho de Igrejas Evangélicas Pró Aliança Denominacional e a Universidade Evangélica Nicaragüense (UENIC), que expressou o rechaço à atitude de um grupo de pastores que se autodenominan representantes do povo evangélico.

O presidente da Uenic, professor William González, lamentou que a convocação da marcha do Dia Nacional da Bíblia não contará com grande público. Calcula-se que somente duas mil pessoas participarão da marcha, segundo declarações de pastores que criticaram que o evento foi utilizado como plataforma política.

Fonte: ALC

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