Um porta-voz do Governo chinês assegurou que há “boas perspectivas” para a normalização das relações diplomáticas com o Vaticano, após mais de meio século de ruptura, em resposta à oferta de diálogo lançada pela Santa Sé na semana passada.

“Estamos dispostos a manter contatos e diálogo”, destacou em entrevista coletiva o porta-voz chinês de Exteriores, Liu Jianchao.

Ele acrescentou que Pequim “aprecia a atitude do Vaticano de tentar normalizar a relação, e reiterou que, na China, a Constituição garante a liberdade religiosa sempre que se cumpram as leis.

Perguntado sobre o possível estabelecimento de relações diplomáticas entre Vaticano e Vietnã, Liu destacou que a China vê como “muito positivo” o feito, que pode ser confirmada esta semana, durante o encontro em Roma entre o primeiro-ministro vietnamita, Nguyen Tan Dung, e o Papa Bento XVI.

As palavras da Chancelaria chinesa soam mais otimistas que as do porta-voz da Igreja Católica Patriótica Chinesa (não adscrita a Roma), Liu Bainian, que no fim de semana passado se mostrou mais prudente.

Ele lembrou que os laços com o Vaticano dependem da ruptura das relações entre Roma e Taiwan.

Pequim também exige à Santa Sé que não interfira nos assuntos internos da China, dentre os quais a nomeação de bispos.

Os laços entre China e o Vaticano foram rompidos em 1951, quando o regime de Mao Tsé-Tung expulsou o núncio apostólico, o arcebispo Antonio Riberi.

Na China há mais de 10 milhões de católicos, divididos entre a igreja oficial (que depende diretamente do Partido Comunista) e a clandestina, que reconhece a autoridade vaticana.

Fonte: Último Segundo

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