A Portas Abertas contabilizou 349 incidentes de perseguição, afetando mais de 5.000 pessoas na Índia, no período entre janeiro e junho de 2020. Porém, os números só não são maiores por causa da possível subnotificação de dados devido aos bloqueios da COVID-19.
“A pandemia mudou a dinâmica da perseguição. Vimos inúmeros atos de discriminação. Os cristãos estão sendo ignorados na distribuição de alimentos, seja porque o governo não dá a eles ou porque os moradores locais os mandam embora”, diz um parceiro de campo da Portas Abertas na Índia.
Uma pesquisa de campo da Portas Abertas constatou que das 100 mil pessoas assistidas por nossos parceiros locais, cerca de 80% tiveram ajuda negada, anteriormente, por seguirem a Cristo.
Outros 15% enfrentaram alguma forma de discriminação, como a recusa a um emprego no governo por ser cristão. “Alguns até esconderam o fato de serem cristãos para obter ajuda do governo”, acrescenta o parceiro.
Outra colaboradora da Portas Abertas compartilhou as maneiras pelas quais isso acontece: “Os cristãos podem ser discriminados nas lojas e serem forçados a viajar para outras aldeias para obter comida. Vimos cristãos recebendo menos ajuda alimentar na distribuição de ajuda humanitária. Muitas vezes, a distribuição de ajuda é agrupada para 2 a 3 aldeias. Isso os impede de viajar para uma comunidade vizinha para receber ajuda quando negado no próprio vilarejo”, completa.
As dificuldades dos cristãos na Índia
Apesar do governo proporcionar que os trabalhadores assalariados diários tenham 90 dias de trabalho garantido, os cristãos também foram excluídos desses benefícios.
“Anteriormente, quando os cristãos eram discriminados ao procurar emprego local, eles viajavam para a cidade para obter trabalho. No entanto, devido ao bloqueio, eles não foram mais capazes de procurar emprego em outro lugar. Eles foram forçados a tentar ganhar a vida a partir da pequena terra que possuem” compartilha a parceira.
Os cristãos são frequentemente instruídos a renunciar à fé ou não receberão ajuda. Os dados de perseguição da Portas Abertas não mostram apenas violência, mas também incluem discriminação e ameaças. “Muitos simplesmente aceitam isso como uma parte de sua vida normal e não a reconhecem como discriminação”, finaliza o parceiro.
A Índia ocupa o 10º lugar na Lista Mundial da Perseguição (LMP), o nível de perseguição aos cristãos continua extremo. Converter-se ao cristianismo – quando se vem de uma família hinduísta – é suportar o peso da perseguição na Índia e estar constantemente sob pressão para retornar ao hinduísmo. Muitas vezes, os cristãos ex-hindus são agredidos fisicamente e até mortos.
Fonte: Portas Abertas