Na primeira pesquisa do projeto Minas no Brasil de 2018, publicada na segunda-feira (29) pelo jornal O TEMPO, entre os eleitores do estado de Minas Gerais, as respostas com posicionamentos contrários ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram a maioria em praticamente todas as perguntas.
Porém, quando faz-se um recorte a partir da religião declarada, percebe-se que os evangélicos são bem mais rigorosos com o petista. Em todas as perguntas, a rejeição aumenta, ao menos, dez pontos percentuais quando se compara a posição desse grupo com o dos católicos e das demais religiões.
Na pesquisa divulgada na segunda-feira, o percentual de pessoas que considerou justa a condenação do ex-presidente Lula era de 65,3%. Quando é analisado o posicionamento apenas dos evangélicos entrevistados, esse índice salta para 75%. Entre os católicos, 62,9% consideraram justo o julgamento e entre os de outras religiões, 62,6%.
A mesma situação ocorre quando a pergunta é se Lula deve ou não ser preso, após a condenação em segunda instância no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). No resultado geral, 58,5% dos entrevistados defendem a prisão do político. Já entre os evangélicos, 69,8% querem a prisão de Lula. Ou seja, sete em cada dez evangélicos defendem que o petista vá para atrás das grades após a condenação da semana passada.
Porém, a maior diferença aparece quando se analisa a existência de provas para sustentar o resultado do julgamento. Em números gerais, 60,2% dos entrevistados acreditavam que havia documentos suficientes para sustentar a condenação de Lula.
Entre os católicos e pessoas de outras religiões, esse percentual cai um pouco, para 56,1% e 54,9%, respectivamente. Já quando se analisa apenas as respostas dos evangélicos, esse número salta para 77,1%, quase 17 pontos percentuais acima do posicionamento geral e 21 pontos percentuais a mais do que entre os católicos.
Outro ponto onde a divergência entre evangélicos e católicos é acentuada é sobre uma possível perseguição dos investigadores da Lava Jato contra o ex-presidente Lula.
Entre os primeiros, 66,5% não acreditam que Lula seja perseguido, e 28,4% acham que as ações de combate à corrupção são mais rigorosas com o petista. Já entre os católicos esses percentuais são de 50,1% e 42,8%, respectivamente.
Ao contrário do que ocorre nas outras perguntas, nesse caso o posicionamento das pessoas das demais religiões está mais próximo ao dos evangélicos. Entre eles, 61,3% não acreditam em tratamento diferenciado da Lava Jato contra o Lula, e 36,4% acham que o político é perseguido.
A pesquisa foi realizada pelo grupo Mercadológica entre os dias 24, 25 e 26 deste mês em todo o Estado. Foram ouvidas 600 pessoas em 45 municípios de Minas.
Rejeição nacional entre evangélicos
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha e divulgada pelo jornal Folha de São Paulo em outubro de 2017, mostrou que, no cenário para as eleições de 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha apoio menor dos evangélicos.
A taxa de rejeição de Lula, segundo a pesquisa que foi realizada com 2.772 pessoas em 194 municípios no final de setembro, era de 46% entre os eleitores evangélicos.
Lula contava, na época da pesquisa, com 35% das intenções de voto para ocupar a Presidência da República no quadro geral. Considerando-se apenas os entrevistados que se declaram evangélicos, as intenções do ex-presidente caíram para 29% na sondagem estimulada. Já entre os católicos, Lula possuía 40% das intenções.
Fonte: O Tempo